2011-03-01 13:32:22

HAITI: SITUAÇÃO AINDA PREOCUPANTE


Jacmel, 1º mar (RV) - O Bispo de Jacmel (Haiti), Dom Launay Saturné, afirmou, referindo-se ao terremoto que atingiu o país no dia 12 de janeiro de 2010, que “embora tudo tenha desaparecido, Deus nos deixou a vida, e com ela a obrigação de trabalhar em prol de um mundo mais humano e reconciliado, e de um futuro melhor”.

O terremoto do Haiti ceifou a vida de mais de 200 mil pessoas, causou ingentes danos materiais e aumentando a pobreza e as condições precárias em que vive boa parte da população. Atualmente o país enfrenta uma epidemia de cólera, enfermidade que causou a morte de milhares de pessoas. Após pouco mais de um ano do sismo, muitos haitianos ainda vivem em meio às ruínas.

Dom Saturné visitou a sede da organização internacional católica Ajuda à Igerja que Sofre (AIS) onde chegou para pedir financiamento para a reconstrução da Catedral de sua diocese, a segunda mais afetada pelo sismo depois da arquidiocese de Porto Príncipe.

O Prelado disse a esta organização que uma diocese não pode funcionar sem catedral já que este templo é um “lugar simbólico” e um “lugar de unidade”. Neste momento os fiéis continuam indo à Missa que se celebra em uma barraca predisposta ao culto. Além da catedral, o terremoto também destruiu e danificou gravemente outras igrejas e construções católicas.

O Bispo, de 47 anos de idade, pastor de Jacmel desde maio de 2010, também reafirmou que não basta somente a reconstrução dos edifícios: “não existe a reconstrução sem missão, sem evangelização, sem oração e sem o anúncio da Palavra de Deus”.

“O fato de ter sobrevivido ao terremoto me demonstra que Deus ainda necessita de mim e que tenho uma missão. Como pastor de minha diocese digo às pessoas que perderam tudo: embora tudo tenha desaparecido, Deus nos deixou a vida, e com ela a obrigação de trabalhar em prol de um mundo mais humano e reconciliado, e de um futuro melhor”.

O Bispo destacou a unidade e solidariedade que se vive agora entre os haitianos após o terremoto e assinalou que a desgraça aproximou o Haiti de Deus: “as coisas deste mundo são muito frágeis”, certamente importantes porque todos “têm que ganhar o sustento e viver em algum lugar”, mas ficou claro que tudo isto “pode ser derrubado como um castelo de cartas”.

Depois de agradecer a solidariedade daqueles que desde o primeiro instante colaboraram com o Haiti, o Prelado concluiu manifestando sua esperança de que “a atenção dirigida à Igreja haitiana não se extinga, para que esta catástrofe ofereça ao Haiti a oportunidade de renascer e de começar novamente”.

A Diocese de Jacmel está no sudeste do Haiti e abrange um território de 2.700 quilômetros quadrados. Conta quase 530 mil habitantes, dos quais 65% são católicos. Esta diocese é, depois da de Porto Príncipe, a mais afetada pelo terremoto ocorrido no dia 12 de janeiro do ano passado. (SP)







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