2011-02-26 12:12:12

D. José Policarpo desafia a sociedade e a Igreja à «ousadia da esperança»


(26/2/2011) O Cardeal Patriarca de Lisboa confessou esta sexta-feira que a sua maior preocupação é a "vitória dos individualismos e a perda do sentido comunitário" e de comunhão entre os homens, sendo esse problema ainda mais "difícil porque atingiu a própria Igreja".
D. José Policarpo discursava no encerramento do colóquio comemorativo dos seus 75 anos, que decorreu na Universidade Católica de Lisboa (UCP) e que incluiu conferências sobre "Teologia dos sinais dos tempos", "Razão científica e fé", "Cultura e evangelização" e "Religião e política".
Falando dos sinais dos tempos, D. José Policarpo lamentou que o próprio conceito de sociedade se tenha "degradado tanto", com os "indivíduos a engalfinharem-se uns com os outros", num conflito que também tem a ver com a política, o poder, a autoridade e os interesses públicos.
"Perdeu-se o sentido do nós e isso é essencial para o ser humano e para uma visão cultural do cristianismo", disse o cardeal patriarca, reconhecendo que essa preocupação é "difícil porque atingiu a própria Igreja".
Mostrou-se igualmente preocupado com o facto de hoje a sociedade e a própria Igreja Católica estarem a ter uma "visão muito pessimista da história", admitindo que a "história hoje é complicada" e que com "globalização tudo se complicou imenso".
Sublinhou, a propósito, existir uma dimensão da história que não vem na primeira página dos jornais e que é "preciso saber ler não apenas o desastre", pois também "há coisas maravilhosas que atravessam hoje as sociedades contemporâneas", as quais são grandes exemplos de "esperança".
Enfatizou que, apesar de todas as adversidades, é fundamental continuar a acreditar no mundo e nos homens, num caminho que designou como a "dignificação da racionalidade".








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