Cidade do Vaticano, 22 fev (RV) - O cardeal francês Jean-Louis Tauran, de 67
anos, atual presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, é desde
ontem o novo cardeal protodiácono da Igreja.
Esta função faz dele o responsável
por anunciar publicamente o nome do futuro Papa, após um eventual conclave, do balcão
central de São Pedro - como enuncia o Código de Direito Canônico (cân. 355.2).
O
cardeal Tauran substitui Dom Agostino Cacciavillan, que deixou a ordem diaconal depois
de 10 anos e passou a ser cardeal-presbítero.
Também entraram na ordem dos
diáconos os Cardeais Sergio Sebastiani, Zenon Grocholewski, Jorge Maria Majia, Walter
Kasper e Roberto Tucci. Após as seis ‘promoções’, o Cardeal Tauran se tornou o primeiro
da lista dos diáconos, e portanto, protodiácono.
Ao cardeal protodiácono cabe
a tarefa de anunciar o ‘Habemus papam’ e o nome do novo Pontífice depois da fumaça
branca. Ele impõe também o pálio aos arcebispos metropolitas na festividade de São
Pedro e São Paulo, em 29 de junho, e ao novo Papa, na missa de início de Pontificado.
Também está sempre ao lado do Pontífice no balcão das bênçãos e por ocasião das mensagens
‘Urbi et Orbi’.
Os últimos protodiáconos a anunciar a eleição pontifícia foram
o italiano Pericle Felici, que em 1978 anunciou duas (João Paulo I e João Paulo II),
e o chileno Jorge Arturo Medina Estevez, que em abril de 2005 apresentou ao mundo
o recém-eleito Bento XVI.
O Cardeal Jean-Louis Tauran nasceu em Bordeaux em
5 de abril de 1943 e tem longa experiência diplomática, tendo sido vice-secretário
e secretário de ‘relações exteriores’ na Secretaria de Estado vaticana. Em 2003 tornou-se
arquivista e bibliotecário da Santa Romana Igreja e em 2007, presidente do dicastério
para o Diálogo Inter-religioso. Teve papel fundamental nas relações diplomáticas na
época da guerra no Iraque. Realçou a importância das NNUU na resolução de conflitos
e declarou que “uma guerra de agressão unilateral constituiria um crime contra a paz
e uma violação da Convenção de Genebra”. Em seguida, declarou que o acontecido no
Iraque demonstrava que paradoxalmente, os cristãos eram mais tutelados durante o regime
de Saddam Hussein.
Atualmente está fortemente engajado no diálogo com outras
confissões religiosas e justamente nestes dias (23 e 24 de fevereiro), deveria encontrar-se
com representantes da Universidade sunita de Al-Azhar se esta não tivesse suspendido
as relações com o Vaticano após os apelos do Papa pela proteção das minorias cristãs
no Oriente Médio. (CM)