"Ama o teu próximo como a ti mesmo" - reflexões teológicas em volta das leituras deste
domingo, tecidas pelo Papa, ao meio dia, na Praça de São Pedro, por ocasião da Oração
Mariana do Angelus
“Ama o teu próximo como a ti mesmo”. Nas palavras pronunciadas este domingo por ocasião
da oração mariana do Angelus, Bento XVI percorreu textos bíblicos e autores antigos
como São Cipriano e Giovani Climaco para ilustrar a vontade de Deus de nos tornar
participes da sua santidade. “sede santos, porque eu, o vosso Senhor, vosso Deus,
sou santo” – disse citando o Livro do Levítico. Um apelo de Deus ao seu povo que encontramos
também em Jesus feito homem com a mesma força e veemência: “sede perfeitos como perfeito
é o vosso Pai Celeste”. Perfeição que significa – disse o Papa – viver como filhos
de Deus cumprindo concretamente a sua vontade. À paternidade de Deus deve corresponder
um comportamento de filhos de Deus” recordava por sua vez São Cipriano. Mas, “de
que modo podemos imitar Jesus – perguntou-se o Papa que logo respondeu citando São
Mateus: “Amai os vossos inimigos e rezai por aqueles que vos perseguem a fim de ser
filhos do vosso Pai que está nos Céus”. Quem acolhe o Senhor na sua própria vida e
o ama com todo o coração é capaz de um novo início. Consegue cumprir a vontade de
Deus: realizar uma nova forma de existência animada pelo amor e destinada à eternidade”
– acrescentou o Papa. Bento XVI passou depois às palavras em que São Paulo recorda
aos Coríntios que são templo de Deus e que o Espírito de Deus habita neles. Se tivermos
realmente consciência disto – sublinhou o Papa - o nosso testemunho será claro, eloquente
e eficaz. E aqui recorreu ao escritor medieval Giovanni Clímaco que diz “Quando todo
o ser da pessoa humana se misturar, por assim dizer, com o amor de Deus, o esplendor
da sua alma se reflecte também no aspecto exterior, na totalidade da sua vida” E
foi pelas palavras do Livro da Imitação de Cristo que conclui a sua reflexão teológica,
dizendo: “Grande coisa é o amor, um bem que torna leve as coisas pesadas e suporta
tranquilamente as coisas difíceis. O amor aspira a ascender ao alto sem se deixar
reter por nada que é terreno. Nasce de Deus e só em Deus poderá encontrar repouso”
Recordando já no final da sua alocução que depois de amanhã 22 de Fevereiro é
a festa da Cátedra de São Pedro, o primeiro dos Apóstolos a quem Cristo confiou a
tarefa de Mestre e Pastor, Bento XVI exortou todos os pastores de hoje a “assimilarem
aquele “novo estilo de vida” que foi inaugurado por Jesus e que os apóstolos fizeram
próprios. Por fim invocou a Virgem Maria, Mãe de Deus a fim de que nos ensine
a amarmo-nos uns aos outros e a acolhermo-nos como irmãos, filhos do Pai Celeste.