Lahore, 18 fev (RV) - Sherry Rehman, parlamentar do Partido Popular do Paquistão,
a mulher que havia apresentado ao Parlamento do Paquistão uma proposta para modificar
a lei sobre a blasfêmia, foi formalmente acusada de blasfêmia. A decisão foi tomada
por um tribunal de Multan, que deu instruções à polícia para registrar a acusação
de blasfêmia contra Rehman. O Tribunal de Justiça acolheu a denúncia de um comerciante
local, que acusa a mulher de blasfêmia por um discurso na televisão em novembro de
2010. Nas últimas semanas, houve outras tentativas de acusá-la, mas outros tribunais
paquistaneses tinham recusado permissão.
A acusação cria “profunda angústia
e confusão na comunidade cristã”, que, segundo uma fonte local da agência Fides, vê
seus temores se tornarem realidade: que passe a idéia de que se pode criminalizar
quem se opõe à lei sobre a blasfêmia.
Enquanto isso, multiplicam os casos em
que os grupos extremistas islâmicos promovem abertamente a “guerra santa”, a desobediência
civil, os assassinatos. Fontes de Fides na sociedade civil do Paquistão expressam
sua preocupação por esses acontecimentos que todavia, “não produzem alguma reação
concreta por parte do Governo do Paquistão”, que “deveria deter os pregadores de ódio
e iniqüidade”, afirmam as fontes.
“Numerosos mulás utilizam o sermão da sexta-feira
para transmitir mensagens hostis, alimentar tensões sociais e inter-religiosas, para
pisar no Estado de Direito”. “Alguns chegam exigir o uso de bomba nuclear contra
a Índia, em nome da guerra santa na Caxemira”, disse numa nota enviada à Agência Fides
a Asian Human Rights Commission. (SP)