PAPA: SANTIDADE É DEIXAR-SE AMAR POR DEUS E ACOLHER SUA LUZ EM NOSSA VIDA
Cidade do Vaticano, 16 fev (RV) - Bento XVI acolheu milhares de fiéis e peregrinos,
na Sala Paulo VI, no Vaticano, na manhã desta quarta-feira, dia de Audiência Geral.
Na
catequese de hoje, o Papa falou sobre São João da Cruz que nasceu em Fontiveros, perto
de Ávila, na Espanha, em 1542, e foi ordenado sacerdote na Ordem Carmelita depois
de concluir seus estudos na Universidade de Salamanca. São João da Cruz colaborou
com Santa Teresa de Ávila na reforma do Carmelo, que lhe rendeu muito sofrimento,
até ser preso. Ele é um dos maiores poetas líricos espanhóis.
Os seus livros
como "A subida do Monte Carmelo", "Noite escura", "Cântico Espiritual" e "Chama viva
do amor" de grande profundidade mística, nos propõe uma viagem espiritual para alcançar
a santidade. Tais obras fornecem uma maneira de purificar a alma para chegar a uma
união de amor com Deus através da ação misteriosa do Espírito Santo, mas este processo
exige a colaboração dos homens.
Enquanto se preparava para ir para o México,
São João da Cruz ficou seriamente doente e morreu, dando um exemplo de serenidade
e paciência em meio a sua dor. São João da Cruz foi proclamado Doutor da Igreja pelo
Papa Pio XI, em 1926, e cognominado na tradição, Doctor mysticus, "Doutor místico".
Bento XVI frisou em seu discurso que "a santidade é deixar-se amar por Deus
e acolher a sua luz em nossa vida". A seguir, o Papa fez um resumo de sua catequese
em português, saudou os fiéis lusófonos presentes na audiência e concedeu a todos
a sua bênção apostólica.
Queridos irmãos e irmãs,
Há duas
semanas apresentei a figura da grande mística espanhola Teresa de Jesus; hoje gostaria
de falar de São João da Cruz, reformador junto com ela da Ordem Carmelita. Nasceu
em uma família pobre, tendo ficado órfão de pai ainda jovem. Devido às suas qualidades
humanas e resultados no estudo, foi admitido no Colégio dos Jesuítas em Medina do
Campo. Terminada a sua formação, decidiu fazer-se Carmelita. Após ter sido ordenado
sacerdote, conheceu Santa Teresa, a qual lhe expôs o plano reformador para a sua ordem
religiosa, que daria origem aos Carmelitas Descalços. Contudo, a sua adesão à reforma,
devido a injustiças e incompreensões, causou-lhe muito sofrimento. Por fim, depois
de fazer parte do governo geral da família teresiana, morreu em 1591 [mil quinhentos
e noventa e um], dizendo aos seus confrades que recitavam o Ofício Matutino: “Hoje
vou cantar o Ofício no céu”. Suas principais obras, nas quais apresenta a sua profunda
doutrina mística, são: Subida ao Monte Carmelo; Noite Escura; Cântico Espiritual e
Chama viva de Amor.
Amados peregrinos de língua portuguesa: a todos
saúdo cordialmente e recordo, com São João da Cruz, que a santidade não é privilégio
de poucos, mas vocação a qual todo cristão é chamado. Por isso, exorto-vos a entrardes
de modo sempre mais decidido no caminho de purificação do coração e da vida, para
irdes ao encontro de Cristo. Somente nele jaz a verdadeira felicidade. Ide em paz!
(MJ)