35 PAÍSES RECUSAM-SE A ASSINAR PROTOCOLO QUE PROTEGE AS CRIANÇAS SOLDADOS
Paris, 16 fev (RV) - No último dia 13 de fevereiro, foi celebrado o dia internacional
contra a utilização dos menores de idade como soldados. Por essa ocasião, organizações
internacionais mobilizaram-se para pedir aos Estados que ratifiquem o protocolo facultativo
da Convenção sobre os Direitos das Crianças que versa sobre a participação dos menores
nos conflitos armados.
Atualmente, esse é o documento mais importante que
se tem para a proteção dos menores em situação de guerra. Até agora, ele foi ratificado
por 134 países. Outros 23 assinaram, mas não ratificaram, e 35 recusaram-se mesmo
a assinar.
Algumas organizações que trabalham pela proteção dos Direitos dos
menores de idade uniram-se à campanha das Nações Unidas intitulada “ninguém com menos
de 18”, que visa a estipular a idade mínima para a participação em conflitos armados
em 18 anos, e não mais em 15, como é atualmente.
De acordo com a agência de
notícias Zenit, é impossível estabelecer com precisão o número de crianças soldados
no mundo. Sabe-se, porém, que são recrutados em, pelo menos, 24 países. No Chade,
por exemplo, os menores de 10 anos são usados como mensageiros, enquanto aqueles entre
13 e 17 anos combatem no fronte. No Afeganistão, Burundi, Costa do Marfim, Libéria,
República Democrática do Congo e Sudão do Sul foram ativados programas de desmobilização
e reinserção.
A maior parte das crianças soldados acaba sendo obrigada a testemunhar
o assassinato dos próprios familiares, sofre maus tratos e violência sexual. Além
disso, elas são drogadas para vencerem o medo de enfrentar o adversário e expostas
para serem os primeiros abatidos no fronte de guerra. (ED)