Belo Horizonte, 11 fev (RV) - Em 11 de fevereiro de 1921, começa a história
da Arquidiocese de Belo Horizonte - que hoje celebra 90 anos de serviços à vida e
ardoroso anúncio do Evangelho de Jesus Cristo. O Papa Bento XV criou esta diocese,
nascida do coração da Igreja Mãe em Minas, a Arquidiocese de Mariana. Elevada a Sede
Metropolitana em 1924, pelo Papa Pio XI com solicitudes pastorais para escrever uma
história à luz e sob o impulso da fé, contracenando com a história política da nova
capital de Minas Gerais.
A Arquidiocese de Belo Horizonte é um tesouro no coração
católico de Minas Gerais, com seus 28 municípios na região metropolitana. Sempre em
comunhão reverente com outras dioceses e arquidioceses, também com ricas histórias,
presentes em todo o amado território deste importante Estado no cenário sociopolítico,
cultural e religioso da sociedade brasileira. Com uma singular contribuição no caminho
missionário da Igreja Católica no Brasil, que empresta sua história e feitos na construção
dos mais de 500 anos de trajetória e conquistas do nosso País. É a fé anunciada e
vivida ajudando, decisivamente, na configuração do tecido cultural de um povo, marcando-o
com os valores imorredouros do Evangelho e de suas práticas, com força educativa e
de sustento.
Esta Igreja Particular, porção do povo de Deus congregada nas
suas comunidades de fé, como assinala o Concílio Vaticano 2º, na Constituição Dogmática
Lumen Gentium, é “o redil, cuja única porta e necessária é Cristo (Jo 10,10). É o
rebanho, do qual o próprio Deus anunciou que seria o Pastor (Is 40,11; Ez 34,11),
e cujas ovelhas, embora governadas por pastores humanos, são incessantemente conduzidas
às pastagens e alimentadas pelo próprio Cristo, Bom Pastor e Príncipe dos Pastores
(Jo 10,11; I Pdr 5,4), que deu sua vida por suas ovelhas (Jo 10, 11-15)”.
A
Igreja de Cristo, santa, católica e apostólica, confiada a Pedro pelo Ressuscitado,
para que ele a apascentasse, juntamente com os apóstolos, na tarefa de difundi-la
e governá-la com a meta imutável de fazer sempre o que é próprio de sua natureza
e missão, ser coluna e sustentáculo da verdade. Essa compreensão ilumina o sentido
da congregação de um povo a caminho do Reino de Deus, sustentado pela fé, conduzido
pelo serviço de seus pastores e de todos os que são operários na vinha do Senhor –
os que anunciam com alegria e destemor o Evangelho da vida. Esse horizonte luminoso
inspirou a porção do povo de Deus na Arquidiocese de Belo Horizonte, com desdobramentos
admiráveis de ações, de compromissos e de instituições. Nos âmbitos da saúde, da educação,
da política, do serviço social, da cultura e da comunicação, numa rede de comunidades
formadas por paróquias, em número de quase 270, congrega irmãos e irmãs para a profissão,
celebração e testemunho da fé. Como escolas do Evangelho, com força para ajudar na
cultura da vida, da solidariedade com os pobres e da espiritualidade, no trabalho
agregador de homens e mulheres de boa vontade, para a construção de uma sociedade
justa e fraterna.
Esta história que constitui capítulos inesquecíveis e de
grande importância no território da Arquidiocese de Belo Horizonte, com população
de cinco milhões de habitantes, tem sido vivida pelo desvelo e carismas de pastores
admiráveis como dom Antônio dos Santos Cabral - primeiro bispo e arcebispo - com sua
lucidez alargando, de modo incomensurável, os horizontes do nosso caminho missionário.
Em seguida, dom João Resende Costa constituiu uma herança inesgotável na bondade e
na sabedoria para esta Igreja Particular, referência insubstituível de que há uma
força maior. O cardeal dom Serafim Fernandes de Araújo, com suas marcas admiráveis
na condução dos destinos desse seu sempre amado povo, no serviço evangelizador, já
contando com mais de cinquenta anos, marca recorde na história da Igreja, com uma
lista interminável de grandes feitos, fazendo esta Arquidiocese cruzar os limiares
do século 20 para o terceiro milênio com a especialidade do Projeto Pastoral Construir
a Esperança, nascedouro fecundo do Projeto Pastoral Igreja Viva Sempre em Missão,
com a realização da 1ª e 2ª Assembleias Arquidiocesanas de Pastoral, leito que localiza
esta Igreja, de fato, no novo tempo que vivemos.
Esses homens, figuras notáveis
de pastores, contracenaram com uma plêiade de sacerdotes, de ontem e de hoje, admiráveis
pelo testemunho e competências, feitos e presenças marcantes. Sacerdotes que, como
numa sinfonia em harmonia com evangelizadores e ministros, religiosos e religiosas,
nas instâncias governamentais e instituições que constroem essa sociedade pluralista,
têm edificado um caminho que comprova a importância de nossa história, dos feitos
desta grande família de fé na história do povo de Belo Horizonte e região metropolitana.
Hoje,
11 de fevereiro, é dia de festa. A gratidão a Deus e a todos, possa gerar em nossos
corações, operários desta hora e deste tempo, alegrias e coragem audaciosa para continuarmos
a escrever a história da Arquidiocese de Belo Horizonte, pensando em seu centenário
que chegará velozmente. E quando chegar, já deveremos ter dado muitas novas respostas.
Dom Walmor Oliveira de Azevedo Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte