Washington, 10 fev (RV) - Comovidos e indignados pela deportação de 27 haitianos
no último dia 20 de janeiro de 2011, os bispos dos EUA pediram que o governo federal
suspenda as deportações de haitianos.
Numa carta enviada ao Departamento de
Segurança Nacional (DHS), os bispos explicam que “não é momento de reiniciar as deportações
ao Haiti, não seria moral ou politicamente apropriado; continuar com as deportações
nestas condições representa o desprezo pela vida e a dignidade dos haitianos”.
Os
bispos sugerem que ao invés de deportar, o DHS designe o status de amparo temporário
(TPS) para os haitianos que chegaram após o terremoto, ajude a famílias de pacientes
levados aos Estados Unidos para cuidados médicos e crie um programa familiar para
apoiar 55 mil haitianos.
A carta é assinada pelo arcebispo coadjutor de Los
Angeles e presidente do Comitê de Migração da Conferência Episcopal, Dom José Gomez,
e pelo bispo de Tucson e presidente da Catholic Relief Services (agência humanitária
do Episcopado dos Estados Unidos), Dom Gerald Kicanas, e é dirigida à secretária do
DHS, Janet Napolitano.
Não obstante mais de 3.600 haitianos sejam vítimas de
cólera e outros 400 mil estejam infectados; apesar do processo de reconstrução pós-terremoto
ser lento, de centenas de milhares pessoas morarem ainda em barracas; e persistirem
desordens por causa das eleições presidenciais de novembro, o DHS anunciou que deportará
ainda outros 700 haitianos antes do fim deste ano.
“As deportações mostrariam
a uma nação que tenta recuperar-se de um desastre natural que os EUA estão retirando
seu compromisso de ajudar o Haiti” – advertem os bispos americanos. (CM)