EGITO: JORNALISTAS E ATIVISTAS SÃO AGREDIDOS ENQUANTO FAZEM A COBERTURA DA MANIFESTAÇÃO
Nova York, 05 fev (RV) - A alta comissária de Direitos Humanos das Nações Unidas,
Navi Pillay, condenou a violência que está sendo perpetrada contra jornalistas e ativistas,
no Egito, durante esses dias de manifestações.
Em comunicado, nesta sexta-feira,
Pillay pediu que o assédio a esses grupos acabe e que todos os profissionais da imprensa
e ativistas presos durante os protestos sejam libertados imediatamente.
Segundo
o jornal al-Ahram, um jornalista de nome Ahmad Mohamed Mahmud, de 36 anos, estava
fazendo fotos dos confrontos no centro do Cairo, da sacada de um apartamento, quando
foi "baleado por um franco-atirador". Mahmud trabalhava para o diário al-Taawun.
Já
a rede de TV americana CNN informou que um de seus âncoras, o apresentador Anderson
Cooper, foi agredido por manifestantes por dois dias consecutivos. Na primeira vez,
ele recebeu 10 socos na cabeça e teve parte de seu equipamento danificado no ataque.
Há
relatos de que, ainda na quinta-feira, outras equipes tiveram de interromper o trabalho
e voltar ao hotel por questão de segurança.
Segundo dados do Ministério da
Saúde do Egito, os protestos contra o governo do país, que entraram no 11º dia nesta
sexta, já deixaram 11 mortos e cerca de 5 mil feridos só na última semana.
Mas
relatos recebidos pelo Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU trazem números
ainda mais trágicos: 300 mortes e 4 mil feridos.
Na quinta-feira, durante
uma visita à Alemanha, o Secretário-Geral, Ban Ki-moon, disse que as restrições impostas
à mídia internacional e grupos de direitos humanos são "ultrajantes". (ED)