2011-02-05 18:09:51

DOM XIMENES BELO FESTEJA 63 ANOS EM COIMBRA


Coimbra, 05 fev (RV) - A exploração de petróleo em Timor permite que sejam construídas "pontes, estradas e escolas, mas ainda vai levar muito tempo para que as pessoas possam ter uma vida digna": foi o que disse em Coimbra, Portugal, o bispo emérito de Díli, Timor-Leste, Dom Carlos Filipe Ximenes Belo, prêmio Nobel da Paz-1996.

O prelado reconhecer que "leva tempo a construção de um país", sublinhando que "Portugal já tem mais de 800 anos e nem tudo são rosas".

Dom Ximenes Belo respondeu, na tarde da última quinta-feira, em Coimbra, na quadra esportiva da Escola Básica Inês de Castro, a perguntas dos alunos do primeiro ciclo da Escola de Almas de Freire, numa sessão promovida pela associação de pais desse estabelecimento de ensino.

"Que pergunta tão difícil!", exclamou Dom Ximenes Belo, quando Sofia, uma das alunas, o questionou sobre o fato de existir "petróleo em Timor", mas "as pessoas continuarem tão pobres".

O petróleo "está sendo explorado", mas "nós, timorenses, não temos técnicos e são outros países" que o extraem, recordou Dom Ximenes Belo, antecipando que, no entanto, sempre "vai entrando algum dinheiro, que é aproveitado para fazer pontes, estradas e escolas".

Contudo, "ainda vai levar muito tempo para que as pessoas possam ter uma vida digna" em Timor-Leste, advertiu.

Sobre o relacionamento entre religiões, o bispo afirmou que "temos de viver com todas as pessoas do mundo", sejam, "muçulmanas, budistas, protestantes, católicas" ou "não tenham religião" ou "não acreditem em Deus".

Independentemente da "religião, da cultura e da cor, todos são pessoas" e "devem ser respeitados e amados", disse o bispo emérito de Díli, convidando a que se estudem "as religiões e as culturas", para "conhecermos os outros povos" e, assim, tornarmos possível "o diálogo e o encontro entre todos, entre os povos".

Após ter respondido às mais diferentes questões, Dom Ximenes Belo foi surpreendido pelos alunos, pais, professores e funcionários da Escola de Almas de Freire, que lhes cantaram o Parabéns a você e lhe ofereceram um bolo de aniversário, pois o Nobel da Paz completava naquele dia, 63 anos de idade. (AF)







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