Roma, 04 fev (RV) - A agência SIR, da Conferência Episcopal Italiana recolheu
vários depoimentos de líderes de igrejas cristãs no Oriente Médio sobre a possibilidade
de uma reviravolta islâmica no Egito após a saída de Mubarak. O arcebispo latino de
Bagdá, Dom Jean B. Sleiman, por exemplo, admite que o Islã no poder no país provocaria
medo e que “para o Iraque as conseqüências seriam negativas. A corrente islâmica é
transversal em todos os países e não pode ser ignorada; a comunidade internacional
não deve ser hipócrita”. O prelado conclui dizendo que, no caso do estabelecimento
de um regime radical no Egito, os cristãos serão os primeiros a pagar.
A transição
de poder para as mãos do Islã não é uma hipótese a ser descartada de acordo com Dom
Selim Sayegh, vigário patriarcal latino para a Jordânia, que se disse certo de que
“os islâmicos vão cuidar de seus irmãos cristãos para terem um consenso junto à opinião
pública e à comunidade internacional”.
Já o Vigário apostólico dos latinos
de Beirute, Dom Paul Dahdah disse que segue os eventos com certo medo, enquanto para
o Custódio da Terra Santa, Padre Pierbattista Pizzaballa, a preocupação não seria
tanto “uma deriva islâmica, mas uma mudança na política com Israel”. “Um papel importante
cabe à comunidade internacional que deve continuar a investir no Egito para acompanhar
o desenvolvimento econômico", acrescentou. (SP)