AUMENTARAM AS TENSÕES NO EGITO DURANTE O FINAL DE SEMANA
Cairo, 31 jan (RV) – As tensões entre manifestantes que exigem a renúncia do
presidente do Egito, Hosni Mubarak, e as Forças Armadas do país aumentaram ainda mais
nesse final de semana. Na madrugada desta segunda-feira, em uma cidade tomada pela
formação de milícias rebeladas, tanques e aviões do exército, ouvia-se uma intensa
troca de tiros e até grandes explosões pela capital.
Alguns jornais locais
trazem números: fala-se em 150 mortos, mais de um mil e seiscentas pessoas detidas
e 100 desaparecidos.
Em entrevista ao jornal Estado de São Paulo, Mahmoud
Abazzo (que é o presidente do principal partido de oposição, El Wafd) disse que o
que se está vivenciando é o fim da legitimidade do governo de Mubarak. Abazzo teme
“que a violência no Cairo saia do controle tanto dos manifestantes como do governo”,
e que isso provoque um “banho de sangue."
Mubarak nomeou um vice-presidente
e um primeiro-ministro, mas ambos pertencentes às bases militares do governo, o que
levou a população a concluir que o atual presidente não pensa em sair do poder - o
qual detém em suas mãos há 30 anos. O movimento foi visto como uma estratégia para
ganhar o apoio do exército, dando-lhe mais poder dentro do governo, e assim garantir
a aliança com os generais. Nas ruas de algumas cidades, porém, alguns militares já
estão se recusando a reprimir a população. (ED)