Cidade do Vaticano, 29 jan (RV) – A semana que passou foi uma semana importante
para a reflexão sobre os meios de comunicação dentro e fora da Igreja. Antes de tudo
com a apresentação da Mensagem de Bento XVI para o 45º Dia Mundial das Comunicações
Sociais, com o tema “Verdade, anúncio e autenticidade de vida, na era digital”. Na
mensagem, o Papa convida os cristãos a unirem-se com criatividade consciente e responsável
na rede de relações que a era digital tornou possível, e isso não somente para satisfazer
o desejo de estar presente, mas porque esta rede tornou-se “parte integrante da vida
humana”. Recordamos que o Dia Mundial das Comunicações Sociais será celebrado no dia
5 de junho próximo, na Solenidade da Ascensão.
Outro momento importante foi
o lançamento em Brasília, na sede da CNBB, Conferência Nacional dos Bispos do Brasil,
no dia 24 – memória litúrgica de São Francisco de Sales, padroeiro dos jornalistas
-do documento de estudos número 101 da CNBB, “A Comunicação na vida e missão da Igreja
no Brasil”. Um documento que é uma resposta à necessidade da Igreja de trabalhar com
o apoio de um subsídio sobre comunicação para a Igreja no Brasil, e que tem por objetivo,
como afirmou o Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Educação, Cultura
e Comunicação Social da CNBB, Dom Orani João Tempesta, “ser um animador e orientador
para o Progresso da comunicação no Brasil”. A intenção da CNBB é chegar a publicar
um diretório de animação e orientação para a comunicação, que toque o tema importante
de uma melhor presença da Igreja na mídia, contemplando também questões espinhosas
das transmissões litúrgicas televisivas e das grandes discussões entre o virtual e
o real.
Portanto, duas iniciativas na área da comunicação que dizem respeito
à Igreja no mundo inteiro - a Mensagem do Papa – e à Igreja presente no Brasil – o
Documento 101 – e que demonstram a importância e o interesse da utilização dos meios
de comunicação de massa para a evangelização. Toda essa reflexão visa repor a discussão
inadiável sobre a centralidade da comunicação para a dinâmica contemporânea, sua presença,
utilização, reflexão.
Os meios de comunicação – e no caso a Internet, como
recorda Bento XVI na sua mensagem – estão mudando não só o modo de comunicar, mas
a própria comunicação, podendo-se afirmar que estamos diante uma ampla transformação
cultural. Com este modo de difundir informações e conhecimentos, está nascendo uma
nova maneira de aprender e pensar, com oportunidades inéditas de estabelecer relações
e de construir comunhão.
Ninguém vive sem se comunicar, a comunicação é essencial
para o ser humano, e a Igreja é feita de comunicação, da boa notícia. De fato, a comunicação
do Evangelho, o anúncio do Reino, são a razão da própria Igreja.
Os dois documentos
apresentados esta semana certamente são dois instrumentos para melhor refletirmos
sobre os meios de comunicação, dentro e fora da Igreja, sobre a sua função e importância,
e sobre suas propostas e conteúdos. Devemos refletir cada vez mais sobre a presença
das novas tecnologias na nossa vida cotidiana, mas também devemos refletir sobre o
papel dos comunicadores que ali labutam. Jamais devemos deixar de fomentar entusiasmos
naqueles que com suas palavras e ações divulgam dos telhados, a boa nova, que todos
os dias se repete. (SP)