2011-01-29 14:25:43

A santidade está no coração do mistério da Igreja: Bento XVI aos padres e estudantes do Colégio Etiópico, situado no Vaticano


(29/1/2011) “Os Santos não são um ornamento que reveste a Igreja do exterior; são – isso sim - como flores de uma árvore que revelam a vitalidade da linfa que a percorre”. Reflexão de Bento XVI, dirigindo-se aos padre e seminaristas do Pontifício Colégio Etíope, recebidos no Vaticano por ocasião dos 150 anos do falecimento de São Justino De Jacobis. O Papa traçou em largos traços o percurso de vida desta “luminosa figura”.

“Digno filho de São Vicente de Paulo, são Justino viveu de modo exemplar o seu fazer-se tudo para todos, especialmente ao serviço do povo da Abissínia.

Enviado aos 38 anos, pelo então Prefeito de Propaganda fide, o cardeal Franzoni, como missionário na Etiópia… logo pensou em formar padres etíopes, dando vida a um seminário… Com o seu zeloso ministério, actuou incansavelmente para que aquela porção de povo de Deus reencontrasse o fervor originário da fé… Justino intuiu com largueza de vistas que a atenção ao contexto cultural devia ser uma via privilegiada sobre a qual a graça do Senhor haveria de formar novas gerações de cristãos.
Aprendendo a língua local e favorecendo a plurissecular tradição litúrgica do rito próprio daquelas comunidades, empenhou-se também numa eficaz actividade ecuménica, Ao longo de mais de 20 anos, desenvolveu generosamente o seu ministério, primeiro sacerdotal primeiro e depois episcopal, em benefício de todos os que encontrava e amava como membros vivos do povo a ele confiado. Coroando uma existência de fecundo contributo para a vida religiosa e civil dos povos abissínios, após múltiplos sofrimentos e perseguições, faleceu em 1860.
Pela sua paixão educativa, especialmente na formação sacerdotal, São Justino De Jacobis pode justamente ser considerado padroeiro deste Colégio, que acolhe presbíteros e candidatos ao sacerdócio, apoiando-os no seu empenho de preparação teológica, espiritual e pastoral. Foi beatificado por Pio XII em 1939 e canonizado por Paulo VI em 1975.

Bento XVI exortou os padres e seminaristas etíopes e eritreus a seguirem o caminho da santidade, deixando-se animar pelo Espírito de Cristo, conformando-se cada vez mais perfeitamente à Sua imagem. Como diz o Concílio Vaticano II (“Lumen Gentium”, 50) nos santos Deus manifesta aos homens a sua presença e o seu rosto, transmite um sinal do seu Reino. “Deus tem necessidade de cada um de nós para mostrar nos séculos futuros a extraordinária riqueza da sua graça…”

“Não obstante o carácter próprio da vocação de cada um, não estamos separados entre nós. Somos solidários, em comunhão no interior de um único organismo espiritual. Somos chamados a formar o Cristo total…”

“Cristo é inseparável da Igreja que é o seu Corpo – sublinhou com insistência o Papa. É na Igreja que Cristo liga mais estreitamente a si os baptizados e, alimentando-os na ceia eucarística, os torna participantes da sua vida glorioso.”.

“A santidade coloca-se, portanto, no coração mesmo da mistério eclesial e é a vocação a que somos todos chamados. Os Santos não são um ornamento que reveste exteriormente a Igreja. São como as flores de uma árvore, que revelam a inexaurível vitalidade da linfa que a percorre.”

“É belo contemplar assim a Igreja, de modo ascensional, em direcção à plenitude do homem perfeito; em contínua, árdua, progressiva maturação; tendendo dinamicamente para a plena realização em Cristo” – observou Bento XVI, que concluiu fazendo votos de que a experiência de comunhão vivida em Roma ajude os padres etíopes e eritreus a levar aos seus países de origem “um precioso contributo para o crescimento e a pacífica convivência” daquelas “amadas nações”.










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