Roma, 25 jan (RV) - Os bispos indianos aceitam e acolhem com respeito a decisão
do Supremo Tribunal de comutar em prisão perpétua a pena de morte imposta a Dara Singh,
o homem culpado de ter queimado vivo o missionário australiano Graham Steines e seus
dois filhos em Orissa, em 1999. Em comunicado enviado à Agência Fides, a Conferência
Episcopal afirma: “A Igreja sempre teve uma posição clara sobre a pena de morte, já
que acredita firmemente na possibilidade do arrependimento e mudança de vida. Também
no caso de Dara Singh, a Igreja quer dar-lhe a oportunidade para mudar a sua vida,
ainda que ele tenha cometido um crime hediondo. A Igreja pensa em preservar e promover
a vida, ao invés de tirá-la, e por isso dá muita atenção aos valores do perdão e da
reconciliação”.
Os bispos reafirmam que o Tribunal indeferiu o pedido para
cancelar todos os crimes atribuídos ao homem, confirmando a condenação a todos aqueles
que aderem a forças extremistas que tendem a dividir o país e perturbar a harmonia
social. Além disso, a Igreja exprime a sua perplexidade pela parte final do processo,
no qual o Tribunal deplora “o uso da força ou da provocação para interferir na crença
do outro”. “Falando de conversão forçada – destaca a declaração dos bispos – se pode
dar a impressão que seja precisamente o problema da conversão religiosa, o fator catalisador
do crime cometido”: fato este, que os bispos negam categoricamente.
A Igreja,
segundo os bispos, “sempre afirmou que não crê e não apóia qualquer tentativa de conversão
forçada, e que a considera como um insulto à dignidade da pessoa”. O texto recorda
que a conversão é uma escolha que ocorre no profundo da alma humana, graças ao encontro
com Deus, e que “a própria Constituição indiana garante a plena liberdade de consciência
e de religião”, princípios que a Igreja sempre respeitou plenamente. (SP)