A missão uma tarefa urgente que deve promover a justiça: Bento XVI na Mensagem para
o dia mundial das missões
(25/1/2011) A Igreja nunca se pode fechar em si mesma, mas deve propor o Evangelho
a todos os homens e a todos os povos. Esta tarefa não perdeu a sua urgência, tanto
em relação aos povos que ainda não conhecem Cristo como em relação àqueles que embora
tenham recebido o anuncio do Evangelho, o esqueceram e abandonaram. È o que afirma
o Papa na mensagem para o dia mundial das Missões na qual recorda a visão do Papa
Paulo VI que considerava a missão como promoção da justiça e da paz. A missão,
escreve Bento XVI, é o serviço mais precioso que a Igreja pode prestar á humanidade
e a cada pessoa singularmente á procura das razões profundas para viver em plenitude
a própria existência. Não podemos ficar tranquilos – afirma o Papa – pensando que
passados dois mil anos existem ainda povos que não conhecem Cristo. Nem diante
dos muitos ambientes mesmo em sociedades tradicionalmente cristãs que hoje são refractários
a abrir-se á palavra da fé. A missão deve ser para a Igreja não um acessório ,
mas envolver todas as actividades. Não é aceitável - diz Bento XVI recordando
quanto afirmara Paulo VI na Evangelii Nuntiandi – que na evangelização se deixem de
lado os temas que dizem respeito á promoção humana, a justiça, a libertação de todas
as formas de opressão, obviamente no respeito da autonomia da esfera politica.. Desinteressar-se
dos problemas temporais da humanidade - escreve Bento XVI – significaria esquecer
a lição que vem do Evangelho sobre o amor do próximo sofredor e necessitado. O
Papa pede que a preocupação missionária se estenda a “todas as actividades” dentro
da Igreja, de forma constante e não apenas de um modo “esporádico”. “A atenção
e a cooperação à obra evangelizadora da Igreja no mundo não podem estar limitadas
a alguns momentos e ocasiões particulares e não podem ser consideradas como uma de
tantas actividades pastorais”, aponta o documento. O próprio Dia Mundial das Missões,
acrescenta Bento XVI, “não é um momento isolado no decorrer do ano, mas é uma ocasião
preciosa para questionar se e como se responde à vocação missionária, uma resposta
essencial para a vida da Igreja”. A mensagem papal sublinha que a evangelização
exige solidariedade e que esse é um dos objectivos do Dia Mundial, que por meio das
Obras Pontifícias Missionária pede “ajuda para o desenvolvimento das tarefas de evangelização
nos territórios de missão”. “Trata-se de apoiar as instituições necessárias para
estabelecer e consolidar a Igreja mediante catequistas, seminários, sacerdotes e contribuir
para a melhoria das condições de vida das pessoas em países nos quais os problemas
mais graves são os fenómenos da pobreza, da desnutrição, sobretudo infantil, das doenças,
da carência de serviços sanitários e de educação”, assinala Bento XVI.