2011-01-24 18:57:01

PAPA A LUTERANOS: OLHAR PARA FUTURO COM ESPERANÇA, MESMO SE META DA UNIDADE PARECE MAIS DISTANTE


Cidade do Vaticano, 24 jan, (RV) - "Todo o nosso esforço em favor da unidade poderá produzir frutos somente se tiver suas raízes na oração comum": foi o que disse o Papa à Delegação da Igreja Evangélica Luterana Alemã, recebida em audiência no final da manhã desta segunda-feira, no Vaticano, na vigília da conclusão da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos.

"Embora a meta da unidade plena e visível dos cristãos pareça ter novamente se tornado mais distante", "olhamos para o futuro com esperança" – afirmou Bento XVI.

"Mais de 50 anos de trabalho intenso": apesar de permanecerem "diferenças teológicas sobre questões em parte fundamentais", o diálogo entre luteranos e católicos construiu a base de uma comunhão vivida "na fé e na espiritualidade" – ressaltou o Santo Padre.

"O compromisso da Igreja Católica em relação ao ecumenismo não é somente uma estratégia da comunicação num mundo que está se transformando, mas uma obrigação fundamental da Igreja, a partir da sua missão" – reiterou o Pontífice.

Embora abraçando a preocupação de tantos cristãos pelos frutos do diálogo ainda não "acolhido totalmente por parceiros ecumênicos", sobretudo em relação à compreensão da Igreja e do Ministério, o Santo Padre disse olhar "para o futuro com esperança".

Esperança, sobretudo, no "diálogo teológico" em favor do entendimento sobre questões abertas "que representam um obstáculo para o caminho da unidade visível e da celebração comum da Eucaristia como sacramento da unidade entre os cristãos".

Esperança no diálogo internacional luterano-católico sobre o tema "O Batismo e a crescente comunhão eclesial" e sobre o tema "Deus e a dignidade do homem", retomados em 2009 pela Comissão bilateral entre a Conferência Episcopal Alemã e a Igreja Unida Evangélica Luterana da Alemanha.

Uma temática onde registram também problemas surgidos recentemente sobre a tutela e dignidade da vida humana, bem como "questões urgentes em mérito a família, matrimônios e sexualidade, que não podem ser silenciadas ou ignoradas somente para não colocar em perigo o atual consenso ecumênico" – ressaltou Bento XVI.

Seria deplorável se desses aspectos que dizem respeito à vida do homem, nascessem novas divergências confessionais. – acrescentou. Hoje o diálogo ecumênico não mais pode ser separado da realidade e da vida na fé em nossas Igrejas, sem provocar dano a elas mesmas – prosseguiu o Santo Padre.

Por fim, o pensamento do Papa dirigiu-se ao próximo histórico aniversário de 2017, que marcará os 500 anos da publicação das Teses de Martinho Lutero sobre a indulgência.

Será ocasião para luteranos e católicos "celebrarem no mundo inteiro uma memória ecumênica comum" – auspiciou Bento XVI – "de lutarem pelas questões fundamentais, não de modo triunfalista", mas, sobretudo, como profissão de fé no Deus trinitário, como ressaltou em seu discurso de saudação ao Papa, o chefe da delegação luterana alemã, Dr. Johannes Friederich. (RL)







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