Roma, 24 jan (RV) - A Fundação Masih, encarregada da defesa legal de Asia Bibi,
a mãe de família cristã paquistanesa condenada à morte sob a Lei de Blasfêmia, informou
que analisa junto com as autoridades a possibilidade de criar uma escolta privada,
para evitar que Bibi seja atacada por radicais islâmicos quando for transladada ao
tribunal ou enviada a outro cárcere.
Haroon Masih, líder da fundação, disse
à agência Fides que foi formada uma escolta privada porque não existe confiança nos
agentes muçulmanos que o Estado oferece; sobretudo depois que o governador de Punjab,
Salman Tasir, fora assassinado por um dos seus guarda-costas por opor-se à lei de
blasfêmia.
Fides indicou que, segundo a inteligência paquistanesa, Bibi recebe
constantes ameaças e deve ser transladada a outra prisão. Entretanto, Haroon Masih
advertiu que isto também é um perigo porque “os terroristas podem estar em qualquer
lugar, e inclusive infiltrar-se entre os guardas que deveriam protegê-la”.
Com
respeito ao transferimento para o tribunal, a fundação pediu que as audiências sejam
realizadas dentro da prisão para evitar qualquer inconveniente, sobre tudo depois
que 34 pessoas foram assassinadas por extremistas muçulmanos durante os processos
por blasfêmia.
Duas destas vítimas são os irmãos Rashid e Sajid Emmanuel, assassinados
por um desconhecido quando saíam de um tribunal em Faisalabad em julho de 2010. (SP)