ARGENTINA: BISPOS DENUNCIAM AUMENTO DO TURISMO SEXUAL
Buenos Aires, 24 jan (RV) - “O turismo é considerado a terceira maior fonte
de receitas para a Argentina”, mas, infelizmente, no país “está começando a crescer
a indústria” sem chaminés que diz respeito à exploração sexual de crianças e adolescentes.
É o que sublinha a Comissão para a Pastoral dos Migrantes e do Turismo da Conferência
Episcopal argentina, acrescentando que o chamado turismo sexual é um flagelo para
muitas nações. Os bispos convidam todos os componentes institucionais, políticos e
sociais do país a “colaborarem eficazmente para prevenir, individuar e denunciar casos
de exploração sexual de crianças e adolescentes”.
Na Argentina - recordam
os bispos - a exploração sexual de crianças e adolescentes é um crime e é punível
pela lei, mas é preciso que “os legisladores aprovem leis mais rigorosas e mais eficazes
para combater o turismo sexual, como está ocorrendo em outros países do mundo”. Segundo
várias estimativas - recorda o jornal vaticano L'Osservatore Romano - mais de dois
milhões de crianças são forçadas à se prostituírem: 500 mil delas vivem no Brasil
e o restante, principalmente no sul e sudeste da Ásia.
A este flagelo estão
ligados os interesses econômicos que superam os cinco bilhões de dólares. Hoje o fenômeno
está se tornando cada vez mais global. Nesse sentido, paradoxalmente, contribui também
a crise econômica global que faz com que diminua o custo das passagens aéreas. “Então,
hoje - afirmam os bispos - em poucas horas os turistas do sexo podem chegar ao Brasil,
Argentina, Tailândia ou Filipinas, onde a miséria empurra milhares de famílias, muitas
vezes enganadas, a ceder aos seus filhos” para grupos especializados no tráfico de
adolescentes. Os modernos meios eletrônicos, então, facilitam a ligação entre “oferta
e demanda”. Combater juntos os predadores de crianças e o turismo sexual “é um imperativo
moral e social”. (SP)