AMR MOUSSA: "CRISTÃOS E MUÇULMANOS SEMPRE VIVERAM JUNTOS"
Cairo, 21 jan (RV) - “Muçulmanos e cristãos do mundo árabe sempre viveram juntos:
o passado, o presente e o futuro desta região são compartilhados entre todos nós”:
este é um convite à confiança e ao diálogo construtivo expresso pelo Secretário-geral
da Liga Árabe, Amr Moussa , em entrevista ao site de notícias egípico, Ahram Online.
O Secretário-geral da Liga Árabe falou sobre o problema da violência contra as comunidades
religiosas, especialmente os cristãos, nas vésperas do Segundo Encontro Árabe sobre
o Desenvolvimento Econômico e Social, que teve início quarta-feira em Sharm el-Sheikh,
no Egito, com a presença de muitos líderes de países árabes.
É a primeira
vez – refere o jornal vaticano L'Osservatore Romano – que a reunião de cúpula econômica
tem como tema a questão da liberdade religiosa. Moussa, de fato, destacou que o tema
da “unidade entre os povos árabes” será abordado, em concomitância com os grandes
temas de política, economia e desenvolvimento. Em particular, acrescentou, “o que
irei propor durante a cúpula é olhar para a questão da violência a partir do ponto
de vista social”, enfatizando a necessidade, observou, “de preservar o patrimônio
cultural comum que possuímos e que devemos proteger dos terroristas”.
O secretário-geral
da Liga Árabe também reiterou que a questão dos ataques contra as comunidades religiosas
dentro do mundo árabe “deveria ser tratada de forma independente de qualquer vontade
de intervenção de países estrangeiros”. Moussa, nos últimos dias, fizera uma visita
ao Iraque para encontrar os líderes religiosos e civis locais, incluindo os da comunidade
cristã, em preparação para a cúpula do Egito, e entre outras coisas, participou, em
Bagdá, de uma celebração na igreja sírio-católica de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro,
local no último 31 de outubro de um violento ataque no qual perderam a vida 70 pessoas.
Durante a visita ao país árabe, Moussa pôde ouvir dos vários representantes
cristãos as suas preocupações, e a esse respeito, prometeu o apoio da organização
em defesa das comunidades cristãs no Médio Oriente, salientando a importância de que
os cristãos não abandonem o Iraque, “porque são parte da sociedade e não uma minoria
necessitada de proteção estrangeira”. Antes do Iraque, Moussa visitara o Egito, onde
se reuniu com o Patriarca da Igreja Ortodoxa Copta Shenouda III, expressando, em nome
da Liga Árabe, pêsames e proximidade pelas vítimas do atentado contra a igreja copta-ortodoxa
de Alexandria – ocorrido no dia 31 de dezembro – e que causou a morte de 23 pessoas.
(SP)