CARDEAL KOCH: É CHEGADA A HORA DE UMA RENOVADA "RESPONSABILIDADE ECUMÊNICA"
Cidade do Vaticano, 18 jan (RV) - A tarefa árdua, mas entusiástica da unidade
de todos os seguidores de Cristo, anima a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos,
iniciada nesta terça-feira, e que se estenderá até o próximo dia 25, centralizada
no tema: "Unidos no ensinamento dos apóstolos, na comunhão, no partir o pão e na oração".
Ressaltamos que a Igreja no Brasil celebra a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos
entre o Domingo da Ascensão e o Domingo de Pentecostes.
Como recordou Bento
XVI no domingo passado, no Angelus, "é fundamental que os cristãos, embora
espalhados pelo mundo inteiro e, por isso mesmo, diferentes por culturas e tradições,
sejam uma só coisa".
No pronunciamento do Presidente do Pontifico Conselho
para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Cardeal Kurt Koch – publicado pelo jornal
vaticano "L'Osservatore Romano" – o purpurado ressalta que chegou a hora de uma renovada
"responsabilidade ecumênica":
"A esperança ecumênica é alimentada, sobretudo,
pela convicção de que o movimento ecumênico é obra grandiosa do Espírito Santo" –
observa o Cardeal Koch. "Seríamos pessoas de pouca fé se não acreditássemos que o
Espírito Santo portará a cumprimento aquilo que começou".
O purpurado ressalta
que o testemunho cristão é a clave "de violino ecumênica" a fim de que a melodia que
une ecumenismo e missão seja harmoniosa e sinfônica. A voz cristã é crível se os cristãos
são unidos no "dar testemunho da beleza do Evangelho".
E as testemunhas mais
críveis são, sem dúvida, "os mártires que deram a sua vida em defesa do Evangelho".
Hoje a religião cristã é a mais perseguida. Somente em 2008, dos mais de dois bilhões
de cristãos no mundo, 230 milhões foram vítimas de discriminações, desrespeitos, hostilidades
e, até mesmo, de verdadeiras perseguições. 80% das pessoas que são perseguidas por
causa de sua fé são cristãs.
Esse balanço desconcertante representa "um grande
desafio para todas as Igrejas, chamadas a serem realmente solidárias" - observa o
Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos.
A
recordação, na oração, dos cristãos perseguidos pode aprofundar a nossa responsabilidade
ecumênica, transformando-a num "ecumenismo dos mártires". "Devemos viver na esperança
de que o sangue dos mártires do nosso tempo se torne um dia semente de unidade plena
do Corpo de Cristo."
Devemos testemunhar essa esperança de modo crível na ajuda
eficaz dada aos cristãos perseguidos no mundo, "denunciando publicamente as situações
de martírio e empenhando-nos, juntos, em favor do respeito pela liberdade de religião,
e da dignidade humana" – conclui o Cardeal Koch. (RL)