BENTO XVI: A IGREJA PRECISA DE SACERDOTES BEM PREPARADOS
Cidade do Vaticano, 17 jan (RV) - A Igreja precisa de sacerdotes bem preparados,
que sejam apaixonados pela Verdade trazida por Cristo, "partilhem-na com muitos" e
sejam fiéis à Sé de Pedro. Foram os temas centrais do discurso com o qual Bento XVI
celebrou, na manhã desta segunda-feira, os 100 anos de fundação do Pontifício Instituto
Eclesiástico Polonês, recebendo em audiência na Sala Clementina, no Vaticano, seus
estudantes e responsáveis.
"Bem preparados", porque somente um sacerdote profundamente
formado pode ser, no mundo, "outro Cristo". E firmemente unidos ao Papa, porque esse
laço é garantia de que os frutos produzidos nasceram da mesma antiga raiz da Igreja.
Duas
indicações "sensíveis" oferecidas pelo Papa aos futuros padres de uma nação, a Polônia,
que deu ao mundo inúmeros sacerdotes de grande envergadura. Um dos lugares que há
cem anos se dedica à sua preparação é justamente o Pontifício Instituto Eclesiástico
Polonês, em Roma. Ao receber os professores e alunos dessa comunidade, o Papa reiterou
um conceito particularmente enfatizado nos últimos tempos:
"A Igreja precisa
de sacerdotes bem preparados, ricos daquela sabedoria que se adquire na amizade com
o Senhor Jesus, adquirindo-a constantemente na Mesa eucarística e na fonte inesgotável
de seu Evangelho. Dessas duas insubstituíveis fontes saibam obter o contínuo sustento
e a necessária inspiração para a vida de vocês e o seu ministério, para um sincero
amor à Verdade, que hoje são chamados a aprofundar também mediante o estudo e a pesquisa
científica e que poderão no amanhã partilhar com muitos."
Essa busca da Verdade
– observou em seguida Bento XVI – "é estimulada e enriquecida pela proximidade à Sé
Apostólica. O Papa exortou a cultivar "amor" e "devoção" à figura de Pedro, e, em
relação à Igreja, impeliu a um serviço generoso:
"Permanecer unidos a Pedro,
no coração da Igreja, significa reconhecer, cheio de gratidão, estar dentro de uma
multissecular e fecunda história de salvação, que por uma multiforme graça os alcançou
e à qual vocês são chamados a participar ativamente a fim de que, como árvore vicejante,
produza sempre os seus preciosos frutos."
No começo de seu discurso, Bento
XVI recordara "a iluminada intuição" graças à qual em 1910 Dom Józef Sebastian Pelczar
– santo prelado polonês que viveu entre a segunda metade do Séc. XIX e início do Séc.
XX – iniciou o Instituto, depois aprovado pelo Papa São Pio X. E dentre os Sucessores
de Pedro que mostraram solicitude pelo Instituto polonês, o Papa quis citar também
Paulo VI e João Paulo II. Foram evocações do Santo Padre para ressaltar a responsabilidade
que deriva do preparar-se para se tornar sacerdote "no coração da cristandade":
"Sintam-se
"pedras vivas", parte importante desta história que hoje requer também a pessoal e
incisiva resposta de vocês, oferecendo a sua generosa contribuição, como o fez, durante
o Concílio Vaticano II, o inesquecível Primaz da Polônia, o Cardeal Stefan Wyszyński,
que, justamente no Instituto Polonês, teve a oportunidade de preparar a celebração
do Milênio do Batismo da Polônia e a histórica Mensagem de Reconciliação que os bispos
poloneses endereçaram aos prelados alemães, contendo as famosas palavras: "Perdoamos
e pedimos perdão"." (RL)