CAI O PODER EXECUTIVO NO LÍBANO: 11 MINISTROS SE RETIRAM
Beirute, 13 jan (RV) – Cai o Poder Executivo e agrava-se a crise política no
Líbano. Onze ministros ligados ao Hezbollah e seus aliados, que formavam o bloco opositor,
retiraram-se do governo. Ao todo, o gabinete era formado por 30 ministros: para ser
derrubado seria necessária a renuncia de 11 deles, por isso o número.
O ministro
da Energia, Jibran Bassil, que faz parte do grupo que deixou o governo, declarou que
o Gabinete tornara-se um fardo para os libaneses, por ser incompetente. "Estamos dando
uma chance para que outro governo assuma o poder", disse ele.
A organização
xiita já havia ameaçado, anteriormente, dar início a uma crise política grave, caso
o Primeiro-Ministro Saad Hariri não tivesse se distanciado da investigação do Tribunal
Especial para o Líbano, coordenado pelas Nações Unidas. O argumento era o de que essa
corte é parte de um plano combinado entre Estados Unidos e Israel.
O grupo
afirma que decidiu renunciar depois que Hariri "sucumbiu a pressões estrangeiras e
americanas" e virou as costas para os esforços sírios e sauditas. A Síria e a Arábia
Saudita tentaram mediar a crise política no Líbano, mas não tiveram sucesso.
E,
enquanto os ministros demitiam-se, o premiê encontrava-se em Washington, reunido com
o Presidente Barack Obama, para discutir a situação libanesa. Ao tomar conhecimento
das renúncias, o Chefe de Estado estadunidense declarou que matem seu apoio ao primeiro-ministro
do Líbano. Ele disse ainda que, de fato, a saída dos 11 ministros causa a dissolução
do Executivo, mas que demonstra o medo que eles têm do Tribunal, ao qual tentam sabotar.
(ED)