Um ano depois do sismo a pobreza assola Haiti: Mensagem de Bento XVI
(12/1/2011) Faz hoje um ano que o Haiti foi abalado por um forte sismo que destruiu
40% das casas do país e matou entre 250.000 e 300.000 pessoas. O país continua a arrastar-se
para o fundo e só as organizações não governamentais evitam o caos total substituindo-se
ao Estado central quase inexistente. O Haiti , que em apenas 38 segundos perdeu
70% do seu produto interno bruto, é nesta quarta feira um dos grandes destaques na
imprensa mundial. Mais de um milhão de pessoas continua a viver nas ruas, o país
caiu do lugar 146 para 178 do índice de percepção de corrupção e a violência tomou
conta da capital, Port-au-Prince, principalmente nas zonas mais escuras da cidades,
onde homens armados violam mulheres e raparigas quase na total impunidade. Além
do caos provocado pelos humanos e pela falta de dinheiro, a saúde também se tem degradado.
A cólera mata 40 pessoas por dia, elevando a cifra da epidemia para 3700 mortos e
200 mil afectados. Só agora a situação começa a ser controlada, dizem as organizações
não governamentais (ONG), que praticamente tomaram conta do país. São dez mil as ONG
presentes no Haiti e são a única alternativa para a comunidade internacional ajudar
o país, tendo em conta que o nível de corrupção, falta de eficácia e quase inexistência
do governo haitiano. E um ano após o terramoto Bento XVI enviou o presidente do
Conselho Pontifício Cor Unum, Cardeal Robert Sarah, a este país das Caraibas. Visitando
algumas comunidades religiosas de Léogane, nesta segunda-feira, o purpurado levou
ajudas económicas no valor de mais de um milhão e 200 mil dólares..Nesta quarta feira
o Papa enviou uma mensagem assegurando a sua oração de maneira especial pelas pessoas
que morreram, e palavras de esperança com as quais salienta também a necessidade
de reconstruir agora não só as estruturas materiais mas sobretudo a coabitação civil,
social e religiosa. Bento XVI faz votos de que o povo haitiano seja o primeiro protagonista
da sua historia actual e do seu futuro, contando também com a ajuda internacional
que já deu sinais de grande generosidade através de uma ajuda económica e pelos voluntários
vindos de vários países do mundo