CARDEAL KOCH: CRISTIANISMO É ATUALMENTE RELIGIÃO MAIS PERSEGUIDA NO MUNDO
Cidade do Vaticano, 11 jan (RV) - "A missão da Igreja não se dá hoje mediante
campanhas publicitárias voltadas ao consumo, nem através de uma disseminação de documentos,
e nem mesmo através da mídia. O meio decisivo mediante o qual Deus resplandece no
mundo somos nós mesmos, cristãos batizados, que vivemos de modo crível a nossa fé,
e assim fazendo damos um rosto pessoal ao Evangelho."
Foi o que afirmou o Presidente
do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Cardeal Kurt Koch,
na missa celebrada neste domingo na igreja romana de Santa Catarina de Sena em Magnanapoli,
sede principal do Ordinariato militar.
Para "dar tal testemunho – observou
o purpurado – nós cristãos devemos empenhar-nos com determinação em favor da liberdade
religiosa. De fato, esse direito está profundamente radicado na dignidade da pessoa".
"A
fé cristã é atualmente a religião mais perseguida no mundo – acrescentou. Somente
em 2008, dos 2,2 bilhões de cristãos no mundo, 230 milhões foram vítimas – por causa
de sua fé – de discriminações e desrespeito; por vezes, de violentas hostilidades,
e até mesmo de verdadeiras perseguições. Isso significa que 80% das pessoas que são
hoje perseguidas por causa da sua fé são cristãs" – ponderou.
"Recordar, em
nossas orações, os cristãos perseguidos pode também fortalecer a nossa responsabilidade
ecumênica" – ressaltou o Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade
dos Cristãos. De fato, todas as comunidades cristãs têm os seus mártires.
"Apesar
do drama das divisões entre as Igrejas, essas testemunhas firmes da fé mostraram que
Deus mesmo mantém entre os batizados a comunhão num nível mais profundo, mediante
uma fé testemunhada com o sacrifício supremo da vida" – disse.
Segundo o Cardeal
Koch, nessa dimensão martirológica do ecumenismo "deve ser identificada a alma da
espiritualidade ecumênica, hoje tão necessária: ao tempo em que nós, como cristãos
e como Igrejas, vivemos nesta Terra numa comunhão imperfeita, os mártires na glória
celeste encontram-se desde já numa comunhão plena e perfeita".
"Que o sangue
dos mártires do nosso tempo – foi o seu auspício final – se torne um dia semente de
unidade plena do Corpo de Cristo, unidade que já é fundamentada no Batismo". Viver
como cristãos e como Igreja "significa viver como batizados. De fato, o Batismo é
o arco-íris de Deus em nossa vida, a promessa de seu grande Sim, a porta da esperança
e o indicativo que nos mostra o que significa viver como cristãos".
Em sua
saudação ao Cardeal Koch, o Ordinário militar Cincenzo Pelvi defendeu que a liberdade
religiosa é "a liberdade das liberdades". Sem ela, "toda e qualquer liberdade não
somente não é possível, como também não é verdadeira". (RL)