APELO DOS BISPOS MARFINENSES PELO DIÁLOGO NACIONAL
Abidjan, 07 jan (RV) - A Conferência Episcopal da Costa do Marfim declarou
sua oposição à idéia de uma intervenção militar no país por parte das Nações Unidas
ou da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO/ECOWAS), por causa
da crise criada após as eleições presidenciais de 28 de novembro passado.
A
Costa do Marfim possui, atualmente, dois governos porque o presidente Laurent Gbagbo
não aceitou a derrota eleitoral, recusando-se a deixar o cargo a Alassane Ouattara,
vencedor das eleições presidenciais e reconhecido como presidente pela comunidade
internacional.
Depois de denunciar a lamentável situação de um país dividido,
com dois Chefes de Estado e dois Governos, a Conferência Episcopal da Costa do Marfim
ressalta que sempre escolheu o caminho da mediação, encontrando os "nossos irmãos
Laurent Gbagbo e Alassane Dramane Ouattara e os mediadores enviados pela CEDEAO".
São eles os presidentes do Benin, Serra Leoa e Cabo Verde, e o primeiro-ministro do
Quênia, Raila Odinga, representando a União Africana.
Os bispos fizeram um
apelo a Ouattara e Gbagbo para que encontrem, através do diálogo, uma solução pacífica
a essa crise política e institucional que perturba o país. "Isso seria um ato de coragem,
humildade e amor pelo nosso país" – frisam os prelados.
Os bispos pedem aos
dois protagonistas da crise para que convidem seus militantes à calma e à moderação.
A Conferência Episcopal da Costa do Marfim convida a ONU a agir conforme os princípios
fundamentais que governam a organização e que respeitam os direitos humanos.
Os
bispos fazem um apelo à União Africana e à CEDEAO para que se lembrem dos princípios
da solidariedade africana e indicam as conseqüências negativas, para o país, de uma
intervenção militar. (MJ)