2011-01-04 18:36:48

MÉXICO: IMIGRANTES SEQÜESTRADOS CAEM NAS MÃOS DOS CARTÉIS DA DROGA


Cidade do México, 04 jan (RV) - Um total de 222 denúncias de seqüestros de imigrantes centro-americanos no México foram apresentadas em 2010. O dado é do comissário do Instituto Nacional de Migração (INM), Salvador Beltrán Del Rio.

Em entrevista concedida a jornalistas no Estado de Oaxaca, sul do México, o comissário explicou que o maior número de casos de seqüestros de imigrantes se dá ali e em Chiapas, enquanto que, ao norte do país, os Estados de Tamaulipas, San Luis Potosí e Nuevo León são os mais atingidos. Beltrán disse que as vítimas são encaminhadas pelos funcionários do Instituto às embaixadas e aos consulados, de forma que possam apresentar as denúncias, as quais são examinadas pela Procuradoria Geral da República.

Alejandro Soladine, sacerdote coordenador da moradia “Hermanos em El Camino”, havia apresentado, nos dias anteriores, a denúncia do seqüestro de 50 imigrantes centro-americanos, o qual teria ocorrido em 16 de dezembro passado no vilarejo de Chahuites de Oaxaca. Quanto ao caso, Beltrán disse ainda não ter indícios. Contudo, 12 pessoas prestaram testemunho do fato ao Ministério Público.

Em 22 de dezembro, houve um outro seqüestro com essas mesmas características, e os integrantes de um grupo do crime organizado assassinaram uma pessoa emigrada de El Salvador, enquanto três conseguiram fugir e os outros cinco estão desaparecidos.

As informações do instituto Nacional de Migração contrastam com as apresentadas, na semana passada, pela Comissão Nacional dos Direitos Humanos do México, segundo a qual, em 2010, não 222, mas 2 mil seqüestros de imigrantes foram contabilizados.

A cada ano, entre 200 e 300 mil pessoas provenientes da América Central tentam cruzar o México para chegar aos Estados Unidos. Ao longo do percurso, estão sujeitos ao crime organizado – que os seqüestram para pedir resgate às famílias - e aos cartéis da droga, que os capturam para usá-los como mão-de-obra escrava, muitas vezes obrigando-os a matar e cometer outros crimes.

A Conferência Episcopal do México é bastante atuante, e denuncia constantemente maus tratos e situações de precariedade nas quais vivem esses imigrantes. (ED)







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