Santa Sé rejeita acusações de ingerência e salienta que este é o momento de união
contra o terrorismo
(3/1/2011) O director da Sala de Imprensa da Santa Sé padre Federico Lombardi, rejeitou
as acusações de “ingerência” nos assuntos egípcios lançadas contra Bento XVI pelo
grande imã de Al-Azhar, depois de um atentado que vitimou 21 cristãos. Em declarações
à «Rádio Vaticano», disse que, no actual momento, “todos devem estar unidos contra
o terrorismo”. O imã Ahmed al-Tayyeb criticou o apelo que o Papa deixou, no dia
1 de Janeiro, aos dirigentes mundiais para protegerem os cristãos, afirmando que se
trata de uma "ingerência inaceitável" nos assuntos egípcios, segundo a agência oficial
MENA. No primeiro dia do novo ano, 21 pessoas morreram e 79 ficaram feridas na
sequência de um atentado contra uma igreja copta na cidade de Alexandria, situada
cerca de 200 quilómetros a norte do Cairo. Para o padre Lombardi, a posição de
Bento XVI é “claríssima”, condenado “radicalmente a violência” e manifestando-se próximo
“da comunidade horrivelmente atingida”. Segundo o director da Sala de Imprensa
da Santa Sé, a preocupação com a liberdade religiosa das minorias cristãs insere-se
“no contexto da preocupação com a liberdade religiosa de todos”, “cristãos ou muçulmanos”. “Neste
momento, é naturalmente necessário o compromisso de todos os responsáveis para a luta
contra o terrorismo e para a segurança das populações, mas também o compromisso dos
operadores de paz, de todas as fés e todas as tendências, para opor-se a um desenho
de ódio”, acrescenta. Os coptas são uma das mais importantes comunidades cristãs
orientais, representando cerca de 10% da população do Egipto, que é de 90 milhões
de habitantes.