Católicos sejam «verdadeiramente coerentes» com a fé que professam, pede o Arcebispo
de Braga
(3/11/2011) O arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, pede aos católicos para serem
“verdadeiramente coerentes” com a fé que dizem professar e apela ao seu “compromisso”
numa “nova ordem social”. Na “Mensagem de Natal e de Ano Novo” apresentada em vídeo
no site da arquidiocese bracarense, o prelado sublinha que “ter as condições indispensáveis
para uma vida justa não é privilégio de alguns, mas deve ser direito de todos”. Para
atingir o “desenvolvimento integral”, que compreende o “material” e o “espiritual”,
é necessário “empenho” na sociedade, refere o também presidente da Conferência Episcopal
Portuguesa. Para D. Jorge Ortiga, “esta quadra natalícia, e também o início do
ano”, deve constituir um “momento de compromisso” em favor da “justiça”, para que
“a dignidade de toda e qualquer pessoa seja verdadeiramente respeitada e defendida”. Depois
de sublinhar que “onde não está a justiça não está o Natal” nem “o espírito” de um
ano que se quer “novo”, o arcebispo assinala que só com ela se pode “sonhar” com um
desenvolvimento “integral”. O prelado declara a sua resistência ao “pessimismo”
e à “dimensão quase catastrófica que alguns querem imprimir ao ritmo da sociedade”,
ainda que não se possa “de maneira nenhuma fugir a um certo clima de austeridade que
se vai impor”. “Deixemos de lado o egoísmo”, exorta o arcebispo, que lança um apelo
a “que a crise seja ultrapassada com a esperança” e que se possa “sonhar em termos
de fraternidade, igualdade e de um equilíbrio social muito mais consistente”. “Não
podemos fugir à responsabilidade que toca a cada um de nós”, frisa o prelado, acrescentando
que a “prosperidade” deve ser uma experiência “não apenas de alguns”, mas “de todos”. D.
Jorge Ortiga dirige “votos de muita serenidade” em especial a quem se encontra em
situações “de debilidade e de carência material”, para que acreditem que “com a ajuda
de tantos outros, a vida vai continuar a poder ser vivida em tranquilidade e em paz”. Depois
de considerar que Deus não pode ser “apenas uma bonita consideração teórica”, o arcebispo
salienta que é preciso afastar um “relativismo” que se manifesta na ausência de “valores”
e numa vida “sem sentido e sem horizontes”.