Cidade do Vaticano, 06 jan (RV) - Esta festa nos fala da abertura do Reino
de Deus, abertura de suas portas de para em par, para acolher todos aqueles homens
que possuem os sentimentos de paz, que buscam fazer o bem e evitar o mal, ou seja,
Deus acolhe em sua casa todos os homens de boa vontade. É o redimensionamento do História
da Salvação, ou melhor, é a plenificação de seus objetivos.
Se antes Deus possía
um povo, o Povo de Israel, agora o Senhor torna público, de modo absoluto, o seu amor
pelo Homem. No presépio tivemos representando Israel, os pastores, agora, representando
toda a Humanidade, temos os Magos. Portanto, a festa da Epifania celebra a manifestação
do Amor de Deus a todos os Homens, não apenas ao Povo da Antiga Aliança, mas a todos
os Povos de todos os Tempos!
Isso também vale para nós cristãos. Não somos
donos do Amor do Senhor, mas temos a grata, a sublime missão de anunciá-lo a todos
os homens. Não somos nós os batizados em nome da Trindade e nem os filhos da Antiga
Aliança, os únicos chamados ao banquete celestial, mas todos aqueles que buscam a
verdade, que são tementes a Deus, que fazem o bem e evitam o mal.
O Povo da
Aliança deixa de ser um povo marcado pelo mesmo sangue e pela mesma cultura e passa
a ser composto por aquelas pessoas que aceitam os ditames do Menino Deus, do Príncipe
da Paz que surgiu na noite de Natal e bandidos e ressuscitou ao terceiro dia após
ter sido setenciado como blasfemo e criminoso – por ter dito que era Deus e que era
Rei - em uma cruz ao lado de dois malfeitores. Os ditames desse rei diferente de todos
os demais são; amor, perdão, simplicidade de vida, generosidade.
Nas festas
de Natal demonstramos nosso poder aquisitivo na compra de presentes e no preparo
de nossa ceia, contudo a comida já foi para um lugar escuso e os presentes ou começaram
a perder o seu valor e poderão irão parar nas mãos de quem não amamos. O tempo corrói!
Mas as esmolas que demos, as visitas que fizemos, o tempo gasto com pessoas marginalizadas
pela sociedade e também o tempo dedicado à oração foram contabilizados na economia
da salvação, se transformaram em bens de eternidade, de acordo com os valores do grande
rei, o menino que nasceu no presépio e morreu na cruz, após lavar os pés de seus discípulos.
Supliquemos
com muita fé ao Senhor, peçamos a intercessão da Virgem Maria e de São José para
mudarmos o nosso modo de pensar e de agir. Temos consciência disso tudo, somos evangelizados,
praticamos a religião, mas o velho e viciado modo de pensar e de agir, fala mais alto
na hora das decisões. É preciso uma grande graça de Deus para vivermos de acordo com
o Evangelho de Jesus Cristo. A salvação não virá dos poderosos, nem do dinheiro, nem
da sociedade consumista. Será de um coração despojado, fraterno, pobre, que confia
em Deus e nele tem sua única riqueza que o Senhor se servirá para fazer o bem.
Bento
XVI no almoço das festas de Natal, em que se sentou com os pobres atendidos pelas
Missionárias da Caridade, falou que Madre Teresa de Calcutá “é um reflexo de luz
do amor de Deus”! Tenhamos a coragem de romper com os vícios do passado e vivmos a
autenticidade do Evangelho. Sejamos luz do amor de Deus, permitamos que em nós Ele
faça sua Epifania como a fez em Teresa de Calcutá e em tantos homens e mulheres de
todos os tempos. É preciso coragem! Não tenhamos medo! Coragem! Jesus disse que somos
“sal da terra e luz do mundo”. Coragem! Ele venceu o mundo! (CAS)