No Angelus deste domingo, Papa deplora vivamente atentado de Alessandria e a estratégia
da violência contra os cristãos do Iraque. Saúda também famílias congregadas no centro
de Madrid
(2/1/2011) O atentado cometido na noite de Ano Novo, em Alexandria do Egipto, à saída
de uma igreja copta provocando a morte de 21 fiéis e ferindo dezenas deles, foi vigorosamente
deplorado pelo Papa neste domingo ao meio-dia, por ocasião do Angelus, com os fiéis
congregados na Praça de São Pedro. “Este vil gesto de morte, como também o de
colocar bombas agora até mesmo junto das casas dos cristãos no Iraque para os obrigar
a partir, ofende Deus e a toda a humanidade, que precisamente ontem rezou pela paz
e iniciou com esperança um novo ano. Perante esta estratégia de violência que toma
como alvo os cristãos, e tem consequências sobre toda a população, rezo pelas vítimas
e seus familiares e encorajo as comunidades eclesiais a perseverarem na fé e no testemunho
de não violência que nos vem do Evangelho.”
Neste contexto, Bento XVI recordou
também os “numerosos agentes pastorais assassinados em 2010 em várias partes do mundo”:
“A
eles vai igualmente a nossa afectuosa recordação diante do Senhor. Permaneçamos unidos
em Cristo, nossa esperança e nossa paz!”
Na sua alocução antes do Angelus,
o Papa comentou brevemente o Evangelho deste segundo domingo depois do Natal: o Prólogo
de São João, texto admirável (disse) que, em forma de hino, exprime o mistério da
Incarnação.
“Quando lemos ‘No princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto
de Deus e o Verbo era Deus’, o Evangelista – tradicionalmente comparado com uma águia
– eleva-se acima da história humana, perscrutando as profundidades de Deus; mas rapidamente,
seguindo o seu Mestre, regressa à dimensão terrena dizendo ‘E o Verbo se fez carne’.
O Verbo é uma realidade viva: um Deus que se comunica fazendo-se Ele próprio
Homem. De facto, atesta João, ‘veio a habitar no meio de nós, e nós contemplámos a
sua glória”.
Para além dos muitos fiéis congregados para escutar o Papa,
na Praça de São Pedro, sob um sol invernal, em Madrid uma multidão mais numerosa ainda
se encontrava reunida na imensa Praça de Colombo, sintonizados com Roma, para poderem
escutar a mensagem de Bento XVI. Tratava-se de uma manifestação de famílias, congregadas
para celebrar o valor do matrimónio e da família, tendo como lema “A família cristã,
esperança para a Europa”, como recordou o Papa:
“Queridos irmãos, convido-vos
a serdes fortes no amor e a contemplar com humildade o mistério do Natal, que continua
a falar ao coração e se converte em escola de vida familiar e fraterna”.
Convidando
a contemplar a família de Nazaré, o Papa recordou que, seguindo esse exemplo, as famílias
cristãs hão-de ser “autênticos santuários de fidelidade, respeito e compreensão, onde
se transmite também a fé, se fortalece a esperança e se revigora a caridade”.
“Encorajo
todos a viverem com renovado entusiasmo a vocação cristã no seio do lar, como genuínos
servidores do amor que acolhe, acompanha e defende a vida… Que Deus vos abençoe sempre”.