2010-12-31 16:51:13

O 2010 DE BENTO XVI, PASTOR MANSO E FIRME QUA ANUNCIA CRISTO, LUZ DO MUNDO


Cidade do Vaticano, 31 dez (RV) - Esta noite, às 18h locais, na Basílica Vaticana, Bento XVI presidirá às Primeiras Vésperas da Solenidade de Maria Santíssima Mãe de Deus, com o tradicional Te Deum de ação de graças por mais um ano que se conclui. Em seguida, o Pontífice visitará o Presépio na Praça São Pedro.

Esses serão os últimos atos públicos de 2010 para Bento XVI. Um ano intenso que repercorremos brevemente destacando alguns momentos que marcaram a vida da Igreja em 2010.

O mar esteve muitas vezes agitado em 2010, mas Bento XVI, Pastor manso e resoluto, manteve firme o timão da Barca de Pedro. Desde o início do ano, com a audiência de meados de fevereiro aos bispos da Irlanda, o Papa traçou o caminho de penitência e de renovação para enfrentar os escândalo dos abusos sexuais contra menores por parte de membros do clero.

Um "crime abominável", assim o definiu, e "um grave pecado que ofende Deus e fere a dignidade da pessoa humana criada à Sua imagem". No dia 20 de março foi publicada a Carta aos católicos da Irlanda, documento em que o Pontífice escreve que tais abusos "obscureceram a luz do Evangelho a tal ponto que nem mesmo séculos de perseguição conseguiram fazer".

A esse propósito, foram emblemáticas as palavras de Bento XVI na conclusão do Ano Sacerdotal, celebrada no dia 11 de junho na Praça São Pedro, com a participação de 15 mil sacerdotes provenientes de 97 nações:

"Era de se esperar que esse novo reluzir do sacerdócio não agradaria ao "inimigo"; ele preferiria vê-lo desaparecer, para que, no final, Deus fosse impelido para fora do mundo. E assim se deu que, justamente neste ano de alegria pelo sacramento do sacerdócio, vieram à luz os pecados de sacerdotes – sobretudo o abuso contra os pequeninos, no qual o sacerdócio como solicitude de Deus em favor do homem se torna o seu contrário." (Missa para os sacerdotes, 11 de junho de 2010)

O Papa assegurou o compromisso da Igreja a tomar o caminho da purificação e expressou a sua profunda solidariedade às vítimas:

"Também nós pedimos insistentemente perdão a Deus e às pessoas envolvidas, ao tempo em que prometemos querer fazer todo o possível para que tal abuso nunca mais possa se verificar." (Missa para os sacerdotes, 11 de junho de 2010)

Durante este ano, como aconteceu precedentemente na Austrália e EUA, Bento XVI encontrou, em Malta e Inglaterra, um grupo de vítimas de tais abusos. Além disso, tornaram-se mais eficazes as normas para enfrentar "os delitos mais graves" praticados por sacerdotes e, no signo da transparência, foi publicada no site web do Vaticano uma página sobre a resposta da Igreja aos abusos contra menores.

Nesse esforço de purificação deve-se acrescentar também a visita apostólica à Congregação dos Legionários de Cristo, no âmbito da situação de condenação da vida "sem escrúpulos" do fundador dos Legionários, Pe. Marcial Maciel Degollado.

No discurso para as felicitações natalinas à Cúria Romana, o Santo Padre voltou a falar sobre o escândalo dos abusos e reiterou o compromisso da Igreja:

"Devemos encontrar uma nova determinação na fé e no bem. Devemos ser capazes de penitência. Devemos esforçar-nos em fazer todo o possível, na preparação para o sacerdócio." (Discurso à Cúria, 20 de dezembro de 2010)

Se por um lado o escândalo da pedofilia marcou profundamente a vida interna da Igreja este ano, por outro, 2010 foi também caracterizado por violentos ataques externos, com o recrudescimento das perseguições anticristãs. O Papa dedicou a Mensagem para o Dia Mundial da Paz justamente ao tema da liberdade religiosa, na qual definiu os cristãos como o grupo religioso mais perseguido no mundo.

Ademais, no discurso à Cúria Romana usou, pela primeira vez, o termo "cristianofobia". Fez um veemente apelo em favor do fim das violências anticristãs, após o terrível massacre na catedral sírio-católica de Bagdá, dia 31 de outubro.

"Rezo pelas vítimas desta absurda violência, ainda mais feroz por ter atingido pessoas inermes, reunidas na casa de Deus, que é casa de amor e de reconciliação. Ademais, exprimo a minha afetuosa proximidade à comunidade cristã, novamente atingida, e encorajo pastores e fiéis todos a serem fortes e firmes na esperança." (Angelus, 1º de novembro de 2010)

Na Mensagem "Urbi et Orbi" de Natal, o Pontífice dirigiu-se com palavras de encorajamento aos cristãos discriminados, com um pensamento especial voltado para os cristãos na China:

"Para que não desanimem com as limitações à sua liberdade de religião e de consciência e, perseverando na fidelidade a Cristo e à sua Igreja, mantenham viva a chama da esperança. O amor do «Deus-connosco» dê perseverança a todas as comunidades cristãs que sofrem discriminação e perseguição, e inspire os líderes políticos e religiosos a empenharem-se pelo respeito pleno da liberdade religiosa de todos. (Mensagem de Natal, 25 de dezembro de 2010)

Além disso, em reiteradas ocasiões, o Pontífice chamou a atenção para a tentativa que se tem reforçado nas sociedades secularizadas do Ocidente de excluir a fé da dimensão pública, em particular, eliminando os sinais visíveis do Cristianismo. É preciso uma "Nova evangelização", disso tem plena convicção Bento XVI, que para essa árdua e inédita missão instituiu este ano um novo dicastério:

"Decidi criar um novo organismo, na forma de "Pontifício Conselho", com a precípua tarefa de promover uma renovada evangelização nos países onde já ressoou o primeiro anúncio da fé e estão presentes Igrejas de antiga fundação, mas que estão vivendo uma progressiva secularização da sociedade e uma espécie de "eclipse do sentido de Deus", que constituem um desafio a encontrar meios adequados para repropor a perene verdade do Evangelho de Cristo." (Primeiras Vésperas, 28 de junho de 2010). (RL)







All the contents on this site are copyrighted ©.