Jacarta, 28 dez (RV) - "Um Estado sem poder, incapaz de enfrentar o problema",
foi este o grito desesperado do Bispo de Padang, Dom Martinus Dogma Situmorang, presidente
da Conferência Episcopal da Indonésia, contra o aumento da violência anticristã no
país.
Não é a primeira vez que os bispos da Indonésia fazem apelo às autoridades
por causa de ações violentas perpetradas por grupos fundamentalistas islâmicos contra
os cristãos. A Indonésia possui 234 milhões de habitantes, 90% dos quais muçulmanos,
mas ali também vive também uma comunidade cristã muito ativa.
Segundo a Constituição
da Indonésia, nenhuma autoridade tem o direito de proibir qualquer comunidade religiosa
de professar sua fé. Nos dias passados, registraram-se novos episódios de violência
em Rancaekek, onde dezenas de membros do Islamic defender front (Fpi) invadiram duas
casas utilizadas pelos cristãos como lugares de culto.
Em Parung, onde os
católicos são cerca de três mil, as autoridades locais proibiram as celebrações de
Natal na Paróquia de São João Batista, justificando a própria decisão com a ausência
da autorização para construir um edifício religioso.
Os fiéis se organizaram
para participar da missa de Natal celebrada no estacionamento de uma escola. Em todo
o país, no Natal, as igrejas foram controladas por milhares de policiais. A mais alta
autoridade religiosa da Indonésia, o Conselho dos Ulemás, definiu nos dias precedentes
ao Natal como excessivas e provocantes para a população muçulmana as decorações natalinas
nos lugares públicos. (MJ)