2010-12-28 18:42:34

FESTA DOS SANTOS INOCENTES: EXORTAÇÃO DO PAPA A TUTELAR A INFÂNCIA


Cidade do Vaticano, 28 dez (RV) - "As vítimas imoladas pela ferocidade de Herodes", que dão testemunho de Cristo, "não com Palavras, mas com o sangue", lembram-nos que "o martírio é dom gratuito do Senhor" e lembram também "a eminente dignidade das crianças na Igreja".

São algumas palavras do Missal Romano com as quais a liturgia desta terça-feira celebra a memória dos Santos Inocentes, mortos por ordem do rei Herodes que, com tal decisão, queria atingir o Menino Jesus.

Aproveitamos a ocasião para repropor algumas considerações de Bento XVI sobre o tema da infância e da sua proteção.

Herodes, o grande sanguinário, que tomado de suspeita manda exterminar os Inocentes nesta data celebrados pela Igreja, revive nos muitos "Herodes" que fazem igual a vinte séculos atrás, com armas diferentes e, por vezes, nem mesmo com elas.

A loucura homicida do rei bíblico, e dos muitos violentos de hoje, é uma fúria que se abate – observara Bento XVI um ano atrás – sobre os mais inermes, aqueles em cujos olhos se refletem intactas as cores do verdadeiro Paraíso:

"Os rostos das crianças são como um reflexo da visão de Deus sobre o mundo. Por que, então, desfazer os seus sorrisos? Por que envenenar seus corações? Infelizmente, o ícone da Mãe de Deus da ternura encontra o seu trágico contrário nas dolorosas imagens de tantas crianças e de suas mães à mercê de guerras e violências: deslocados, refugiados, migrantes forçados." (Missa de 1º de janeiro de 2010)

Os "rostos dos pequenos inocentes", "marcados pela fome e pelas doenças, rostos desfigurados pela dor e pelo desespero" – destacara o Papa – "são um apelo silencioso à nossa responsabilidade":

"Diante da sua condição inerme, desmoronam todas as falsas justificações para a guerra e para a violência. Devemos simplesmente converter-nos a projetos de paz, depor as armas de todo tipo e comprometer-nos todos juntos a construirmos um mundo mais digno do homem." (Missa de 1º de janeiro de 2010)

Os Mártires Inocentes de Belém são, portanto, o ícone da infância violada, da qual parte um grito sufocado que atravessa toda a história e todas as consciências. Um grito ao qual, com grande participação pessoal, Bento XVI prestou as seguintes palavras:

"Gostaria de aproveitar a ocasião para lançar um grito em favor da infância: cuidemos dos pequenos! É preciso amá-los e ajudá-los a crescer. E o digo aos genitores, como também às instituições. Ao lançar este apelo, o meu pensamento se dirige à infância de todas as partes do mundo, particularmente à infância mais indefesa, desfrutada e vítima de abusos. Confio toda criança ao coração de Cristo, que disse: "Deixai vir a mim as criancinhas!"." (Angelus, 2 de março de 2008) (RL)







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