2010-12-28 19:46:01

DOCUMENTO EMBLEMÁTICO DO CONCÍLIO VATICANO II, "GAUDIUM ET SPES", COMPLETA 45 ANOS


Cidade do Vaticano, 28 dez (RV) - O último dia do Concílio Vaticano II, 8 de dezembro de 1965, foi também o dia da promulgação por parte de Paulo VI, da Constituição dogmática Gaudium et spes, um dos textos mais importantes produzidos pelo Concílio, no qual a Igreja se detém sobre a atualidade do mundo e sobre a necessidade de relançar novos laços com "os homens e as mulheres de boa vontade" para construir a paz e a justiça. Aproveitando a ocasião desse recente significativo aniversário, o jesuíta Pe. Dariusz Kowalczyk relê a importância da Gaudium et spes, à distância de 45 anos de sua promulgação:

Pe. Dariusz Kowalczyk: "Durante uma discussão sobre a situação da Igreja no mundo um coirmão me disse: "Bastam-nos o Evangelho e a Gaudium et spes". No passado, porém, muitas vezes ouvi a opinião de que a interpretação dessa Constituição pastoral sobre a Igreja no mundo atual era por demais otimista e até mesmo ingênua. Joseph Ratzinger observou que junto à Gaudium et spes devemos levar sempre em consideração a obra "Imitação de Cristo", o livreto que reflete a tradição monástica medieval. A espiritualidade "solidária com o mundo" deve, portanto, ser acompanhada pela espiritualidade da "fuga do século".

"É preciso encontrar um ponto de equilíbrio entre o justo empenho pelo mundo e a propensão rumo à vida eterna – continua Pe. Kowalczyk. "Entre as tarefas mais urgentes para o cristão – afirma Ratzinger – encontra-se a recuperação da capacidade de opor-se a muitas tendências da cultura circunstante, renunciando a certa solidariedade eufórica pós-conciliar." A Gaudium et spes, lida sem um pressuposto ideológico, parece muito equilibrada."

"Hoje, a análise conciliar da condição do homem no mundo é ainda mais atual do que 45 anos atrás. Os padres do Concílio afirmam: "o mundo se apresenta hoje potente e frágil, capaz de realizar o melhor e o pior, (...) o homem toma consciência de que depende dele orientar bem as forças por ele suscitadas, e que podem esmagá-lo ou servir-lhe" (n. 9)."

"Bento XVI recentemente indicou a possibilidade do pior com uma frase bastante dramática: "O nosso futuro e o destino do nosso planeta estão em perigo". Tal diagnóstico não pode suscitar interrogações mais profundas do que essa no coração humano. Para responder a análogas perguntas, o Concílio afirmou querer escrutar – junto a todos os homens de boa vontade – os sinais dos tempos para reformular, no mundo atual, a resposta que já foi dada em Jesus Cristo: "a chave, o centro e o fim de toda a história humana (n. 10)" – conclui Pe. Kowalzyk. (RL)







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