Dacar, 27 dez (RV) - Realiza-se em Dacar, no Senegal, até o próximo dia 31,
o FESMAN, Festival das Artes Negras, onde será possível conhecer de perto várias expressões
artísticas da população africana.
Inaugurado, em 1966, pelo então presidente
Léopold Sedar Senghor, seguindo o entusiasmo das independências africanas, este encontro
tem como objetivo contar ao mundo a arte do continente africano e reivindicar a importância
do progresso global.
Em vista do evento, escritores, músicos e dançarinos provenientes
de mais de 80 países se exibirão para recordar estrelas desde Bob Marley a Miriam
Makeba. Também participam do encontro alguns promotores da iniciativa, como o ex-presidente
senegalês, Abdou Diouf, a diretora geral da UNESCO, Irina Bokova, e o Prêmio Nobel
de literatura nigeriano, Wole Soyinka.
O Brasil é o hóspede de honra que participa
do evento para reencontrar simbolicamente na negritude a própria tradição e demonstrar
que a cultura pode ser um canal privilegiado de comunhão entre os continentes. Muitos
senegaleses e turistas irão encher teatros, praças, cinemas e concertos, tudo gratuito.
Não obstante as críticas devidas, sobretudo à exclusão de parte da população
do programa e a concentração, em Dacar, de quase todas as atividades previstas, o
FESMAN será um palco importante para falar aos políticos e elaborar o renascimento
da África, partindo do reconhecimento de sua ajuda específica em favor das civilizações
do mundo. (MJ)