2010-12-25 16:16:39

MENSAGEM "URBI ET ORBI" DE BENTO XVI: NATAL É MOTIVO DE ESPERANÇA PARA TODO HOMEM


Cidade do Vaticano, 25 dez (RV) - Ao meio-dia deste sábado Bento XVI assomou ao Balcão central da Basílica Vaticana para a tradicional Mensagem natalina e a oração "Urbi et Orbi" (à cidade de Roma e ao mundo).

Transmitida em mundo-visão, milhões de fiéis do mundo inteiro somaram-se aos milhares de presentes na Praça São Pedro para ouvir a mensagem do Santo Padre, que fez suas felicitações natalinas em 65 línguas.

O nascimento de Jesus é motivo de esperança para todos os homens, sobretudo para aqueles que veem ofendida a própria dignidade: foi o que afirmou o Pontífice em sua tradicional Mensagem de Natal.

O Papa elevou um veemente apelo em favor da paz – violada em muitas áreas do mundo – e dirigiu palavras de encorajamento aos cristãos perseguidos, em particular na China. Em seguida, fez as felicitações natalinas em 65 línguas e concedeu a Bênção "Urbi et Orbi". Apesar da chuva, muitos fiéis e peregrinos acorreram com entusiasmo à Praça São Pedro para ouvir o Pontífice.

"O Verbo se fez carne". Dirigindo-se ao mundo inteiro, Bento XVI anunciou com alegria a mensagem extraordinária do Natal e expressou particular proximidade àqueles que sofrem por causa de guerras e catástrofes naturais, e aos perseguidos por sua fé em Jesus Cristo.

Deus – ressaltou – "veio habitar no meio de nós", "Deus não está distante". Não é um desconhecido, mas "tem um rosto, o rosto de Jesus":

"Trata-se de uma mensagem sempre nova, que não cessa de surpreender, porque ultrapassa a nossa esperança mais ousada. Sobretudo porque não se trata apenas de um anúncio: é um acontecimento, um fato sucedido, que testemunhas críveis viram, ouviram, tocaram na Pessoa de Jesus de Nazaré!"

Diante da revelação de que o Verbo se fez carne – constatou o Pontífice – "ressurge uma vez mais em nós a pergunta: Como é possível? O Verbo e a carne são realidades opostas entre si; como pode a Palavra eterna e onipotente tornar-se um homem frágil e mortal?"

"Só há uma resposta possível: o Amor. Quem ama quer partilhar com o amado, quer estar-lhe unido, e a Sagrada Escritura apresenta-nos precisamente a grande história do amor de Deus pelo seu povo, com o ponto culminante em Jesus Cristo."

Na realidade – observou o Papa – Deus não muda, é fiel a Si mesmo: Deus não muda, Ele é Amor desde sempre e para sempre. É em Si mesmo Comunhão, Unidade na Trindade e toda sua obra e palavra busca a comunhão. E a encarnação, portanto, é o ápice da criação:

"«O Verbo fez-Se carne». A luz desta verdade manifesta-se a quem a acolhe com fé, porque é um mistério de amor. Somente aqueles que se abrem ao amor são envolvidos pela luz do Natal. Assim sucedeu na noite de Belém, e assim é hoje também."

"A encarnação do Filho de Deus – acrescentou – é um acontecimento que se deu na história, mas ao mesmo tempo ultrapassa-a":

"Na noite do mundo, acende-se uma luz nova, que se deixa ver pelos olhos simples da fé, pelo coração manso e humilde de quem espera o Salvador. Se a verdade fosse apenas uma fórmula matemática, em certo sentido impor-se-ia por si mesma. Mas, se a Verdade é Amor, requer a fé, o «sim» do nosso coração."

O nosso coração – destacou Bento XVI – busca justamente uma Verdade que é Amor. "Procura-a a criança, com as suas perguntas tão desarmantes e estimuladoras; procura-a o jovem, necessitado de encontrar o sentido profundo da sua própria vida; procuram-na o homem e a mulher na sua maturidade, para orientar e sustentar os compromissos na família e no trabalho; procura-a a pessoa idosa, para levar a cumprimento a existência terrena." O Reino de Deus – observou o Santo Padre – "não é deste mundo, e, todavia, é mais importante do que todos os reinos deste mundo".

"É como o fermento da humanidade: se faltasse, definhava a força que faz avançar o verdadeiro progresso, o impulso para colaborar no bem comum, para o serviço desinteressado do próximo, para a luta pacífica pela justiça."

"Acreditar em Deus que quis compartilhar a nossa história – prosseguiu – é um constante encorajamento a comprometer-se com ela, inclusive no meio das suas contradições". Natal é então motivo de esperança para todos aqueles cuja dignidade é ofendida e violada, porque Aquele que nasceu em Belém veio libertar o homem da raiz de toda escravidão:

"A luz do Natal resplandeça novamente naquela Terra onde Jesus nasceu, e inspire Israelenses e Palestinos na busca duma convivência justa e pacífica. O anúncio consolador da vinda do Emanuel mitigue o sofrimento e console nas suas provações as queridas comunidades cristãs do Iraque e de todo o Oriente Médio, dando-lhes conforto e esperança no futuro e animando os Responsáveis das nações a uma efetiva solidariedade para com elas. O mesmo suceda também em favor daqueles que, no Haiti, ainda sofrem com as consequências do terremoto devastador e com a recente epidemia de cólera."

Bento XVI pediu também por aqueles que "na Colômbia e na Venezuela, mas também na Guatemala e na Costa Rica, sofreram recentemente calamidades naturais". Invocou a paz e o respeito pelos direitos humanos onde estes são violados:

"O nascimento do Salvador abra perspectivas de paz duradoura e de progresso autêntico para as populações da Somália, do Darfour e da Costa do Marfim; promova a estabilidade política e social em Madagáscar; leve segurança e respeito dos direitos humanos ao Afeganistão e Paquistão; encoraje o diálogo entre a Nicarágua e a Costa Rica; favoreça a reconciliação na Península Coreana."

Em seguida, Bento XVI dirigiu seu pensamento àqueles que são discriminados por seu testemunho evangélico. A celebração do nascimento do Redentor – foram os votos do Papa – reforce o espírito de fé, de paciência e de coragem nos fiéis da Igreja na China continental:

"Para que não desanimem com as limitações à sua liberdade de religião e de consciência e, perseverando na fidelidade a Cristo e à sua Igreja, mantenham viva a chama da esperança. O amor do «Deus-connosco» dê perseverança a todas as comunidades cristãs que sofrem discriminação e perseguição, e inspire os líderes políticos e religiosos a empenharem-se pelo respeito pleno da liberdade religiosa de todos."

Após a mensagem tiveram, então, lugar as referidas saudações de Natal em 65 línguas, começando do italiano e concluindo com o latim. Eis a afetuosa felicitação de Bento XVI aos povos de língua portuguesa:

"Feliz Natal para todos! O nascimento do Menino Jesus ilumine de alegria e paz vossos lares e Nações!" RealAudioMP3

Após a fórmula da indulgência plenária, o Santo Padre concluiu a mesma concedendo a todos a sua Bênção. (RL)







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