NESTE NATAL, CRIANÇAS PEDEM PAZ E JUSTIÇA EM BELÉM
Belém, 24 dez (RV) - Em Belém, a alegria pelo Natal se mostra em forma de celebrações,
cantos, rezas e iniciativas que expressam a esperança de uma autêntica reconciliação.
Nesta quinta-feira, 23 de dezembro, foi realizada a 3ª edição da “Marcha das Crianças
sem Fronteiras pela Unidade e pela Paz”, promovida pela fundação João Paulo II.
A
Rádio Vaticano conversou com o diretor da Juthouruna Youth Fórum, Charlie Abou Saada,
uma organização com sede em Belém, dirigida aos jovens cristãos e muçulmanos da Palestina.
Ele nos contou que, ontem, na cidade de Belém – que viu o nascimento do menino Jesus
– reuniram-se centenas de crianças palestinas, muçulmanas e cristãs, vindas de todas
as partes da Palestina, para gritar “a plenos pulmões” o seu desejo de verem a paz
e a justiça realizadas na Terra Santa.
“Foi bonito ver todas essas crianças
juntas por uma causa”, disse o diretor da organização, que explicou também que, para
muitas delas, era a primeira vez que visitavam Belém - vindas de Jenin, Nablus, Gericó,
atravessando barreiras militares e de controle para poderem vir festejar esse Santo
Natal na cidade onde Jesus nasceu.
Para esse período de Natal, estão abertos
para os cristãos todos as barreiras de controle de Belém e Jerusalém. Sobre a situação
da comunidade cristã de Belém, Abou Saada disse que eles recebem muitos peregrinos
em Belém, que muitas famílias estavam pelos campos, pelas ruas, levando as crianças
a ver as árvores de Natal. “Desse ponto de vista – disse ele –, tem mais tranqüilidade,
porque trabalha-se mais, porém há ainda a ocupação israelense, há sempre o muro que
nos fecha e são muitas as dificuldades.”
À meia noite, a Missa de Belém será
presidida pelo patriarca latino de Jerusalém, Foud Twal. Os preparativos já começaram
a duas semanas atrás. Segundo Abou Saada, “certamente o Patriarca falará sobre a paz
e a justiça, essa é a nossa oração desde sempre – afirmou -, pedimos a Deus que nos
dê o dom da paz, da justiça”. Ele explicou, porém, que as crianças e os jovens já
estão se resignando com a situação atual, e que a grande preocupação é a de ajudá-los
a não desistirem. (ED)