2010-12-23 15:45:19

NATAL HOJE E SEMPRE


Rio de Janeiro, 23 dez (RV) - Embora liturgicamente o Natal seja um tempo específico, o que é comemorado, o Mistério da Encarnação deve ser sempre um fundamento em nossa vida. Por isso, somos chamados a fazer com que ele se estenda durante todo o ano. Esperamos que não seja apenas uma simples festa de confraternização entre colegas de trabalho, amigos e familiares, mas uma festa no verdadeiro sentido que esta palavra encerra: o dia do nascimento de Jesus Cristo, Senhor Nosso, Salvador e Redentor, o Deus conosco.

Aproveitando do Natal, porém, o interesse econômico aumenta e praticamente dobram-se os lucros, pois é uma das datas que mais impulsiona os negócios no mundo inteiro. Por trás das comemorações, que deveriam levar ao encantamento da manjedoura, há uma grande cadeia produtiva e comercial que movimenta praticamente todos os setores da economia.

É uma época em que as pessoas gastam dinheiro, decoram as suas casas, trocam-se presentes, e isso está se tornando, aparentemente no coração das pessoas, mais e mais importante, relegando em segundo plano o grande protagonista da festa. Em geral, as pessoas veem o Natal como uma festa familiar bonita e interessante e se sentem estimulados a fazer dele uma festa do consumismo. A tradição de enfeitar a casa, reunir a família para a ceia e a trocar presentes se mantém mesmo em tempos de crise, e, em geral, os consumidores não abrem mão disso.

Mas em meio a toda essa onda de consumismo desenfreado ainda há uma preocupação em se proporcionar um Natal digno às pessoas mais carentes. Graças a esse "espírito" do Natal, elas podem receber, ao menos nesta época do ano, a atenção merecida daqueles que durante o ano ignoraram as suas existências.

Recorda-nos o Papa Bento XVI: “Como é então importante que sejamos realmente crentes e como crentes reafirmemos com vigor, com a nossa vida, o mistério de salvação que a celebração do Natal de Cristo traz consigo! Em Belém manifestou-se ao mundo a Luz que ilumina a nossa vida; foi-nos revelada a Vida que nos leva à plenitude da nossa humanidade. Se não reconhecermos que Deus se fez homem, que sentido tem festejar o Natal? A celebração torna-se vazia. Antes de tudo, nós, cristãos, devemos reafirmar com profunda e sentida convicção a verdade do Natal de Cristo, para testemunhar diante de todos a consciência de um dom inaudito, que é riqueza não só para nós, mas para todos. Disto brota o dever da evangelização, que é precisamente a comunicação deste "eu-angelion", desta "boa nova"”. (Cf. Audiência Geral de 19 de dezembro de 2007).

Agradecemos a Deus pela preparação piedosa que fizemos para o Natal em nossa Arquidiocese, com a generosidade de nossos padres em atendimento de confissões dos fiéis, com as manifestações da oração comunitária em torno da Novena de Natal, as celebrações litúrgicas e também as muitas manifestações públicas de espírito natalino (presépios, festival de canto coral, autos de natal e cantatas), que nos colocou no clima desta época e ajudou-nos ainda mais para bem celebrarmos o Natal do Redentor.

Que todos nós possamos fazer de nossas vidas um perene Natal!
Que em 2011 possamos ser melhores do que fomos em 2010.
Que Jesus, o Deus Menino, a quem celebrarmos, nasça e renasça em nossos corações todos os dias de nossas vidas!

† Orani João Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ







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