2010-12-22 17:15:39

Crise marca mensagens de Natal dos bispos portugueses com apelos à solidariedade e à mudança de modelos socioeconómicos


(22/12/2010) O contexto de crise socioeconómica e a perspectiva de um 2011 ainda mais difícil marcam as mensagens de Natal que vários bispos portugueses têm vindo a publicar, com apelos à solidariedade e à mudança de modelos económicos.
O arcebispo de Évora, D. José Alves, lembra os problemas criados “desemprego”, a “pobreza inesperada” e o “rebaixamento social e moral”.
“Cresce, dia a dia, o número dos que se vêem obrigados a recorrer às instituições de solidariedade e a estender a mão à caridade de pessoas singulares. Aumenta o número dos que vivem isolados, gastos pela idade ou deteriorados pela doença”, alerta.
O arcebispo de Évora, vogal da comissão episcopal de Pastoral social, deixa aos católicos um apelo concreto: “De braços estendidos e mãos abertas, partilhemos os bens materiais, os afectos e os dons espirituais com que fomos enriquecidos pela bondade de Deus, que se manifestou neste mundo, para a todos enriquecer com os seus bens”.
Pedido semelhante chega do bispo de Santarém, D. Manuel Pelino: "Sejamos uma presença amiga para quem sofre a solidão, prestemos atenção a quem está esquecido, levemos o sorriso a quem anda triste, estendamos a mão a quem jaz caído, procuremos curar as feridas de quem sofre, manifestemos a nossa fé a quem vive sem esperança".
Em Coimbra, D. Albino Cleto, pediu aos católicos desta diocese que procurem respostas concretas para a “pobreza envergonhada”, em particular junto das pessoas que passam estes dias sem dinheiro e sem companhia.
“Que ninguém fique, por falta de dinheiro, sem aviar uma receita na farmácia; que nenhum dos que vivem sós passe a Noite de Natal sem comer um mimo, que o seu vizinho lhe trouxe”, propõe.
Também o bispo de Viseu, D. Ilídio Leandro, espera que “ninguém fique indiferente à situação actual”, apelando a uma mudança “pessoal e social” face à crise.
“Celebrando o Natal, não podemos esquecer as causas de uma crise com tão graves consequências nem os seus efeitos que fazem sofrer tantas e tantos, de todas as idades e de todas as condições sociais”, assinala.
O bispo da Guarda, D. Manuel Felício, apelou aos membros do clero e aos leigos da Diocese para que contribuam com “vinte por cento do seu vencimento mensal” para a Cáritas diocesana ou para o fundo social solidário criado pela Conferência Episcopal.
Já o bispo das Forças Armadas e de Segurança pede que as pessoas não se conformem enquanto subsistirem os casos de injustiça social, pois “só a justiça poderá conferir a Paz”.
Numa mensagem intitulada “Jesus Menino, Sorriso de Deus para a Humanidade”, D. António Carrilho, bispo do Funchal apela a “generosa atenção” aos que vivem “em situações de abandono e solidão”, lamentando a “incerteza” provocada pela crise.
D. António Francisco dos Santos, bispo de Aveiro, considera que cabe à Igreja levar à sociedade “a certeza que a esperança pode habitar no coração de todos” e que as dificuldades se podem transformar em oportunidades.
No dia 7 de Dezembro, os bispos católicos de Portugal publicaram uma mensagem colectiva de Natal na qual apelam à mobilização da Igreja e à concertação perante as “circunstâncias dramáticas para muitas pessoas e famílias” do país.
“A gravidade extrema da crise actual e a nossa corresponsabilidade perante ela tornam imperioso o empenhamento sério de todos, nomeadamente pelo diálogo social, pela negociação colectiva e pela concertação”, referem








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