SOBREVIVENTES DE ATAQUE À CATEDRAL QUEREM RETORNAR A BAGDÁ
Roma, 21 dez (RV) - O sacerdote sírio-católico, Georges Jahola responsável
em Roma pelos sobreviventes do massacre perpetrado por extremistas muçulmanos na Catedral
de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro de Bagdá no último 31 de outubro que deixou um
saldo de 58 mortos. Padre Georges assinala que esses cristãos voltarão para o Iraque
“mesmo que isso lhes custe a vida”.
Em entrevista concedida à agência ACI Prensa,
Padre Georges, que estuda atualmente em Roma e também serve de elo entre os sobreviventes
e suas famílias na Policlínica Gemelli, assinala que “os cristãos no Iraque estão
se extinguindo e parece que este país será somente muçulmano”.
Sobre os cristãos
que ainda resistem contra a onda de violência islâmica nesse país de Oriente Médio,
o sacerdote disse que querem ir embora porque já não se sentem seguros. “Podem ver
que já não há lugar para os cristãos no Iraque. Inclusive para nós como Igreja, não
podemos negá-lo”.
Sobre os sobreviventes que já foram curados e que podem partir
de retorno à casa, Padre Georges comenta que o fazem porque não concebem a idéia de
viver em outro lugar. “Mesmo que isso lhes custe a vida”, acrescenta.
O sacerdote
relatou também que circulam entre os iraquianos que saem do país algumas historias
sobre fatos de que os extremistas muçulmanos marcaram com cruzes vermelhas as casas
dos cristãos. Em sua opinião estas marcas dos radicais islâmicos procuram dar a seguinte
mensagem: “estas pessoas ainda estão na Igreja, ainda estão vivos, ainda precisamos
eliminá-los”.
Depois de criticar os muros que o governo do Iraque constrói
ao redor de alguns templos cristãos, o sacerdote comenta que “é alarmante que um grupo
étnico – um povo que fala o antigo aramaico e tem raízes cristãs – esteja sendo extinto
do mundo e ninguém intervenha diante disto”. (SP)