2010-12-21 20:09:47

PE. SAMIR KHALIL SAMIR COMENTA DISCURSO DO PAPA À CÚRIA ROMANA


Cidade do Vaticano, 21 dez (RV) - O discurso desta segunda-feira feito pelo Papa à Cúria Romana, centralizado nos grandes temas que caracterizaram a vida da Igreja neste ano que está para se concluir, ganhou ampla repercussão.

Bento XVI dedicou uma parte importante do discurso ao Sínodo das Igrejas do Oriente Médio, realizado em outubro passado no Vaticano. O Santo Padre fez um premente apelo em favor da superação da "cristianofobia" no mundo.

Sobre esse apelo a Rádio Vaticano ouviu o sacerdote jesuíta Pe. Samir Khalil Samir, especialista em islamologia e docente da Universidade São José de Beirute e do Pontifício Instituto Oriental de Roma. Eis a sua reflexão:

Pe. Samir Khalil Samir:- "Há um fato: se os cristãos pediram um Sínodo para o Oriente Médio foi por causa da grande emigração dos cristãos da área, devido, em parte, ao aumento da violência islâmica na região. O Papa já havia mencionado o problema em Ratisbona, na Alemanha: que a violência é incompatível com a religião e com Deus. Em seguida, citou o Conselheiro do mufti sunita da República do Líbano, que justamente dissera a seguinte frase: "Com o ferimento dos cristãos somos feridos nós mesmos muçulmanos". Porém, o Papa comenta que, infelizmente, essa e análogas vozes da razão são muito fracas. E esse é o ponto da questão: se quisermos lutar contra o terrorismo não podemos fazê-lo somente militarmente. O nível é ideológico: qual é a solução contra isso? O Papa a indica logo em seguida: o Sínodo, afirma, desenvolveu, na sua racionalidade, um grande conceito do diálogo, do perdão e do acolhimento recíproco."

P. Essa abordagem parece ser uma ideia que vai além da simples defesa da minoria cristã...

Pe. Samir Khalil Samir:- "É isso mesmo, fala de "cristianofobia": tem consciência do fato que tudo se concentra comumente contra os cristãos, provavelmente porque são justamente eles que defendem essa racionalidade diante da violência. Mas é um princípio para toda a humanidade, para o fiel, como para o leigo, para todos. E parece-me que seja a finalidade para alargar ao espírito do Natal, para dizer: partindo dessa experiência do Oriente Médio e do Sínodo, queremos levar o espírito da reconciliação, a fim de que se coloquem a defender os refugiados, os sofredores e a revitalizar o espírito da reconciliação." (RL)







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