2010-12-21 20:15:29

BARTOLOMEU I: CONTINUAREMOS DIALOGANDO COM O PAPA E O ISLÃ


Istambul, 21 dez (RV) - O Patriarca ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I, pronunciou – na vigília das festividades natalinas – um importante discurso diante de um público particularmente qualificado do mundo ortodoxo, defendendo a escolha do diálogo inter-religioso por parte do Patriarcado ecumênico.

"Nós insistiremos no diálogo, apesar de sermos criticados" – disse. "Existe um certo fundamentalismo religioso, um fenômeno, infelizmente, trágico, que se encontra tanto entre ortodoxos e católicos quanto entre muçulmanos e judeus".

O Patriarca precisou: "Sofremos críticas e ataques porque mantemos relações com o Papa, porque somos convictos defensores do diálogo ecumênico entre ortodoxos e católicos, com o Islã e com o mundo judaico. Mas continuaremos seguindo adiante pela nossa estrada, segundo o caminho traçado por nossos predecessores, conscientes do nosso trabalho e independentemente das críticas das quais somos alvo".

"Esses setores caracterizados por posições extremistas encontram-se em todos os lugares – observou. Portanto, é natural que soframos suas críticas – segundo seus ditames ideológicos – todos nós que buscamos ter horizontes abertos e uma visão teológica das coisas. Porque queremos a coexistência pacífica de todos, baseada nos princípios da caridade e da amizade."
-Bartolomeu I acrescentou: "Este é o credo do Patriarcado ecumênico e quero recordar-lhes que em 1920 o regente da sede patriarcal, junto ao Sínodo, endereçou aos católicos e aos protestantes uma encíclica, denominada "A comunidade das Igrejas", à luz do modelo da então há pouco nascida "Sociedade das nações"".

Essa encíclica é hoje considerada pelo Conselho Mundial de Igrejas como a "Carta" do movimento ecumênico do nosso tempo. Ademais, o Patriarca reiterou que "o diálogo inter-religioso é o credo do Patriarcado.

É preciso conhecer-se melhor, trabalhar juntos respeitando o credo religioso dos outros, a sua identidade cultural, sem prepotência. Esse é o único modo para viver em paz – ponderou.

Por esse motivo o Patriarcado, além de manter um diálogo com outras Igrejas e confissões cristãs, há 25 anos iniciou um diálogo com o Islã e com o Judaísmo. Com os muçulmanos e os judeus – os nossos irmãos – não se discute sobre questões puramente teológicas, na medida em que seria mais difícil. Mas se discute questões sociais, questões a que são sensíveis todas as pessoas, toda a humanidade, no mundo inteiro. (RL)







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