Gandhinagar, 20 dez (RV) – No Estado indiano de Gujarat, na Índia, os missionários
jesuítas formaram o centro Rajpila Social Service (Rsss), para ajudar os indígenas
Adivasis – um grupo misto de populações minoritárias tribais – a enfrentar os efeitos
do desenvolvimento econômico na região.
O centro fornece instrução e assistência
legal gratuita para que eles aprendam a tutelar os seus direitos, visto que a recente
expansão industrial do Estado está prejudicando essas populações.
Os Adivasis
representam 15% da população total e, com muita freqüência, são obrigados a abandonar
suas terras, pois estas acabam por serem ocupadas para a instalação de indústrias
e centrais de energia.
O Pe. Rappai Poothokaren, que faz parte dessa organização
jesuíta, afirmou que “muitos missionários notaram a ligação entre a destruição da
cultura local e o aumento da pobreza”.
Os religiosos da Companhia de Jesus
trabalham no Estado de Gujarat, junto às populações locais, desde 1960. Fruto desse
trabalho, hoje mais de 26 mil pessoas pertencentes a essas tribos são membros de organizações
leigas e cristãs que trabalham pela defesa dos seus direitos. Os programas vão da
formação de líderes ao desenvolvimento de cooperativas agrícolas, passando também
pelo cultivo de ervas medicinais, essenciais para a conservação das tradições locais.
Os jesuítas têm incentivado muitos jovens Adivasis a cursarem a faculdade
de Direito, para que eles possam se defender dentro da burocracia estatal.
Em
2000, o Pe. Poothokaren e outros membros da Organização jesuíta apoiaram os Adivasis
em protestos contra a construção do dique Narmada, que ameaçava inundar inúmeros vilarejos
e causar graves danos ao meio ambiente. Esse caso chegou à Suprema Corte indiana,
onde ficou decidido que a construtora desse dique modificasse o projeto inicial e
pagasse indenização aos que perderam suas casas. (ED)