2010-12-18 12:10:41

PAPA: O AUTÊNTICO PROGRESSO NÃO PODE SER ALCANÇADO MARGINALIZANDO O FATOR RELIGIOSO"


Cidade do Vaticano 18 dez (RV) - O Papa Bento XVI recebeu ontem no Vaticano, o novo Embaixador da Itália junto da Santa Sé, Francesco Maria Greco, que apresentou as suas Cartas Credenciais. O Santo Padre recordou no seu discurso que “o autêntico progresso social não pode ser alcançado marginalizando ou recusando o fator religioso”.

Afirmando que acompanha “de perto, com a oração, as vicissitudes felizes ou tristes” do país, o Papa recordou as celebrações, em andamento, dos 150 anos da unidade de Itália, “ocasião – disse o Santo Padre - para uma reflexão não só de tipo comemorativo, mas também em perspectiva de futuro, reflexão oportuna na atual difícil fase histórica, nacional e internacional”.

Bento XVI fez notar que neste “caminho longo, árduo e cheio de contrastes, que conduziu à atual fisionomia do Estado italiano”, sobressai a busca de “uma correta distinção” entre a comunidade civil e religiosa, assim como das “justas formas de colaboração” entre si. Exigência sentida por maior razão num país “cuja história e cultura estão profundamente marcadas pela Igreja católica e em cuja capital tem a sua sede episcopal o Chefe visível de tal Comunidade, difundida em todo o mundo”. “Não se pode negar, esquecer ou marginalizar essas características, que há séculos fazem parte do patrimônio historico e cultural da Itália.

A experiência destes 150 anos ensina que o quanto se procurou fazer, causaram perigosos desequilíbrios e dolorosas fraturas na vida social do país. Daqui a importância, recordada pelo Papa, do Pacto de Latrão (1929) e de um mais recente Acordo com algumas atualizações.

“Estes pactos internacionais não exprimem uma vontade da Igreja ou da Santa Sé de obter poder, privilégios ou posições de vantagem econômica e social, nem se pretende com isso sair do âmbito que é próprio da missão estabelecida pelo Divino Fundador à sua comunidade na terra. Pelo contrário, tais acordos têm o seu fundamento na justa vontade da parte do Estado de garantir aos indivíduos e à Igreja o pleno exercício da liberdade religiosa”.

Para além de ser um direito individual – precisou Bento XVI – a liberdade religiosa é também um direito da família, dos grupos religiosos e da Igreja, e “o Estado é chamado a tutelar não só os direitos à liberdade de consciência e de religião, daqueles que crêem, mas também o legítimo papel da religião e das comunidades religiosas na esfera pública”.

“Não se pode pensar conseguir o autêntico progresso social, - destacou ainda o Papa - percorrendo o caminho da marginalização ou até mesmo da recusa explícita do fator religioso, como se pretende fazer atualmente de vários modos, entre as quais, por exemplo, a tentativa de eliminar dos lugares públicos a presença visível dos símbolos religiosos, começando pelo crucifixo, que é sem dúvida o emblema por excelência da fé cristã, mas que, ao mesmo tempo, fala a todos os homens de boa vontade e, como tal, não é um fator de discriminação”.

A propósito deste exemplo concreto, Bento XVI exprimiu ao governo italiano o seu apreço pela posição assumida, “em conformidade com uma correta visão da laicidade e à luz da sua história, cultura e tradição”. O Papa elogiou ainda a sociedade italiana e as autoridades de Roma, pela “sensibilidade” que vêm demonstrando em relação à “sorte daquelas minorias cristãs que, em razão da sua fé, são vítimas de violências, são discriminadas ou obrigadas à emigração forçada da sua pátria. (SP)








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