Konigstein, 16 dez (RV) - Entre os cristãos do Iraque “há uma espécie de desespero”,
mas apesar disso e “aconteça o que acontecer, as pessoas estão decididas a celebrar
a liturgia de Natal de qualquer modo”, afirmou Dom Bashar Warda, Arcebispo de Erbil,
norte de Bagdá.
Em declarações à organização católica internacional Ajuda à
Igreja que Sofre (AIS), Dom Warda elogiou o governo iraquiano por tomar medidas para
melhorar a segurança, apesar de que a entrada nas igrejas faça parecer aos paroquianos
que eles estão entrando “em um acampamento militar”.
Recentemente, o governo
do Iraque dispôs que sejam construídas paredes de concreto de até três metros ao redor
das igrejas em Bagdá e Mossul, com pontos de acessos para quem vai participar da Missa,
controlados pela polícia.
Dom Warda assinalou que funcionários do governo entraram
em contato com os sacerdotes das paróquias para consultar se queriam os muros de segurança
ao redor de suas igrejas. Embora muitos tenham aceito, outros rechaçaram pois sentiam
que as medidas simplesmente intimidariam ainda mais a comunidade cristã.
Isto
se deve, segundo o Arcebispo de Erbil, ao fato de que “o desânimo das pessoas está
em todas as partes. A insegurança está presente em todos os lugares. E a pergunta
na boca de todos é ‘o que vai acontecer?’”.
Em 31 de outubro passado, um comando
de Al Qaeda atacou a Catedral siro-católica de Bagdá, em plena Missa dominical. Os
extremistas tomaram como reféns durante várias horas dezenas de paroquianos. No ataque
– que terminou com um conflito entre as forças de segurança e os terroristas – morreram
44 cristãos, dois sacerdotes, sete agentes das tropas do governo e todos os terroristas.
(SP)