AUTORIDADES QUENIANAS ACUSADAS DE COMETEREM CRIME CONTRA HUMANIDADE
Nairóbi, 16 dez (RV) - As violências que seguiram as eleições presidenciais
no Quênia, em 2007, poderão vir a ser consideradas crime contra a humanidade. O promotor-chefe
do Tribunal Penal Internacional, TPI, Luis Moreno Ocampo, declarou que essa onda de
violência pós-eleitoral causou mais de 1 mil mortes e deixou 3 mil e 500 pessoas feridas.
Ele solicitou, ao Tribunal, que seis quenianos sejam intimados para depor.
Segundo
divulgação da Rádio ONU, um dos seis indiciados é o vice-primeiro ministro, Uhuru
Kenyatta, que afirmou jamais ter cometido crime algum. O presidente do Quênia, Mwai
Kibaki, pediu calma à população. Os outros são o ministro das Finanças, o ministro
da Industrialização, e o chefe dos Serviços Civis, além do ex-chefe de Gabinete e
ex-comandante da Polícia e do radialista Joshua Sang.
Os confrontos se deram,
em 2007, entre simpatizantes e opositores do governo após a votação presidencial.
O promotor do TPI afirmou que os juízes devem decidir agora se rejeitam ou
acatam o pedido de intimação. Segundo Ocampo, os casos apresentados não deixam dúvida
sobre as pessoas envolvidas nos crimes.
Segundo o promotor, durante os 30 dias
de confrontos, centenas de pessoas foram estupradas e cerca de mil propriedades foram
destruídas nas oito províncias quenianas. (ED)