O encontro do Papa com os universitarios de Roma em preparação para o Natal
(15/12/2010) No âmbito da celebração de Vésperas teve lugar esta tarde na Basílica
de S. Pedro o tradicional encontro natalício dos estudantes universitário com o
Papa. No final desta celebração na Basílica de S. Pedro uma delegação de universitários
espanhóis recebeu da representação de jovens estudantes africanos o ícone de Maria
Sedes Sapientiae, para o levar para a própria capital, a sede do próximo encontro
mundial dos jovens que terá lugar em Agosto de 20
“Construir a própria existência,
construir a sociedade, não é obra que possa ser realizada por mentes e corações distraídos
e superficiais. Ocorre uma profunda acção educativa e um discernimento permanente,
que envolva toda a comunidade académica e favoreça aquela síntese entre formação intelectual,
disciplina moral e empenho religioso que o Beato John Henry Newman propunha na sua
“Ideia de Universidade”. – Sublinhou Bento XVI, no tradicional encontro do Advento,
com os estudantes e docentes universitários de Roma, com os quais celebrou a oração
de Vésperas. “Requer-se, hoje em dia (insistiu o Papa) uma nova classe de intelectuais
capazes de interpretar as dinâmicas sociais e culturais, oferecendo soluções concretas
e realistas. A Universidade é chamada a desempenhar este papel insubstituível e a
Igreja apoia-a de modo activo e convicto.”
Comentando o convite do Apóstolo
Tiago que ressoa neste tempo do Advento – “Permanecei firmes e constantes, irmãos,
até à vinda do Senhor”, Bento XVI observou que “a paciência e constância de que fala
São Tiago não são sinónimos de apatia ou resignação, mas sim virtudes de quem sabe
que pode e deve construir, não sobre a areia, mas sobre a rocha; virtudes de quem
sabe respeitar os tempos e os modos da condição humana, evitando, portanto de ofuscar
as expectativas mais profundas do espírito, com esperanças utópicas ou fugazes, que
acabam por desiludir”.
Detendo-se sobre a responsabilidade específica que
recai sobre “a comunidade académica romana, com a sua riqueza de instituições estatais,
privadas, católicas e pontifícias”, o Papa considerou que esta é chamada à “importante
tarefa histórica” de “superar pré-compreensões e preconceitos que por vezes impedem
o desenvolvimento de uma cultura autêntica”. Trabalhando “em sinergia, em particular
com as Faculdades teológicas”, as Universidades romanas (considerou o Papa) podem
confirmar que é “possível um novo diálogo e uma nova colaboração entre a fé cristã
e os diferentes saberes, sem confusão e sem separação mas partilhando a mesma aspiração
a servir o homem na sua plenitude”.