Maringá, 15 dez (RV) - A Igreja Católica e a Ordem dos Pastores Evangélicos
de Maringá, Paraná, declararam seu engajamento em campanhas para combater a violência
no trânsito. Os padres e pastores da cidade estão autorizados a mencionar o assunto
nas missas e cultos, passando orientações de paciência e respeito à vida.
Nesta
terça-feira, o arcebispo local, Dom Anuar Battisti, celebrou a santa missa na Catedral,
em homenagem às vítimas do trânsito. "Não se pode matar e morrer como está acontecendo.
Os veículos viraram uma arma" – disse em sua homilia. "Os motoristas de Maringá são
mal-educados" – observou ainda, o arcebispo, chamando a atenção para o grande número
de condutores sem habilitação flagrados nas blitze.
Cerca de dez famílias
identificaram-se, durante a celebração eucarística, como parentes de vítimas de acidentes
fatais no trânsito. Emocionado, o contador Armando Redmerski lembrou o aniversário
de seis anos da morte de seu filho André: "Hoje, a gente aceita, ele voltou para o
Pai. Mas não foi fácil" – disse, acrescentando que os jovens não respeitam, são muito
mal-educados. "Meu filho foi lançado para fora do carro porque estava sem cinto de
segurança. Fazer o quê? Ele também era um motorista mal-educado."
O metalúrgico
José Cardoso Junior, de 23 anos, homenageou seu pai, falecido no último sábado, num
acidente envolvendo duas motos, na Vila Morangueira: "Foi um choque muito grande para
a família. A Igreja é que oferece algum consolo."
O vice-presidente da Ordem
dos Pastores Evangélicos de Maringá, Rev. Noel Cruz, afirmou que a entidade discutiu,
recentemente, sobre o tema das mortes no trânsito, e orientou seus pastores a pedirem
paciência à sociedade, como forma de combater a violência.
"Hoje, estamos
sempre com pressa. No dia em que tivermos paciência, a situação vai melhorar muito"
– disse o pastor. Segundo ele, os índices de violência no trânsito exigem a intervenção
direta das Igrejas: "Você vê cada tragédia em Maringá que é coisa de louco. Cabe a
nós ensinarmos e orarmos pelas vítimas." (AF)